quarta-feira, 30 de novembro de 2011

'Não quero vingança, mas justiça', diz coreógrafo sobre morte de filho (Postando por Erick Oliveira)

Em entrevista à apresentadora Ana Maria Braga, no programa "Mais Você", na manhã desta terça-feira (30), o coreógrafo e dançarino Carlinhos de Jesus disse que não quer vingança mas justiça para os responsáveis pela morte de seu filho Carlos Eduardo Mendes de Jesus, o músico Dudu.
Dudu foi morto com oito tiros no dia 19, quando saía de um bar em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, Dudu foi alvejado por oito tiros, que teriam sido disparados por dois homens em uma motocicleta. Após o assassinato, os suspeitos fugiram.
"Tenho certeza que vou conhecer essa pessoa ou essas pessoas e vou saber porque fizeram isso com meu filho. Eles vão ter o que o destino e a Justiça reservam a eles", disse muito emocionado.
Carlinhos de Jesus agradeceu os esforços da polícia na elucidação do crime e disse que confia muito no Disque -Denúncia, para ele, uma grande arma do povo.
"Não sou de vingança e não quero que a pessoa que fez isso morra porque os pais dele vão sofrer o que eu estou sofrendo. Mas quero que ele pague, que viva a cada instante a dor que estou sentindo", disse o coreógrafo.
'Tocar, cantar, namorar'
Carlinhos de Jesus descreveu o filho como um garoto grande. "Dudu tinha 32 anos, mas uma cabeça de 18, 19. Estava sempre alegre e não pensava no amanhã. Vivia o momento, o dia de hoje e amava a música. Ele mesmo dizia que a vida dele era tocar, cantar e namorar", contou o coreógrafo, muitas vezes sem conseguir conter as lágrimas.
Carlinhos disse ainda que, como viaja muito, sempre se comunicava com o flho pelo Twitter. Um dizia para o outro o que estava fazendo e para onde estavam indo e trocavam beijos.
"Mas 20 horas antes de ele morer, eu estava em Caxias do Sul (RS) e recebi uma mensagen dele que não entendi. Dizia "Deus está contigo". Eu retornei e perguntei 'Tudo bem, filho?', e ele disse 'Tudo bem'".
Carlinhos disse ainda que quando recebeu por telefone a notícia da morte do filho achou que era uma brincadeira de mau gosto.
"Falei no celular: 'Parem com isso, não é hora para esse tipo de brincadeira'. Depois vi que o número registrado no celular era da produtora dele, a Luciana. Liguei de novo e pedi para ela: 'Diz que é brincadeira'. Mas ela começou a chorar...", contou Carlinhos, que não tirou os óculos escuros durante a entrevista.
'Dor vazia'
Ele descreveu o que vem sentindo como uma "dor vazia, que não se pode apalpar". "O coração tem um espaço oco que dói e não dá para tocar. Vem o soluço, vem a pontada, mas a lágrima não vem. O que eu queria era voltar atrás e mudar o destino", disse ele.
Carlinhos disse que perder um filho não faz parte da ordem natural da vida. "Quem perde os pais fica órfão, quem perde a mulher fica viúvo. E quem perde o filho? Como fica?", perguntou.
Disque-Denúncia
Desde o dia do crime, o Disque-Denúncia vem recebendo ligações sobre o assassinato de  Dudu. Todas as informações estão sendo  encaminhadas à Divisão de Homicídios (DH), responsável pelo caso. Quem quiser fazer denúncias pode ligar para o 2253-1177. O anonimato é garantido.
Suspeita de vingança
Uma das linhas de investigação da polícia para esclarecer a morte de Dudu é de que o crime tenha sido cometido por vingança. Ele era vocalista da banda Samba Firme e, cerca de um mês antes do crime, integrantes do grupo teriam se envolvido numa briga com um policial militar em uma festa, na rua Rio da Prata, em Bangu, também na Zona Oeste.

O PM é tratado pela polícia como suspeito. A polícia já analisou as imagens das câmeras de vigilância que ficam próximas à área em que Dudu foi morto, mas não conseguiu identificar os assassinos.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.