quinta-feira, 17 de julho de 2008

PMDB do Rio quer desvincular Temporão de disputa de cargos no Ministério da Saúde

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Na tentativa de desvincular politicamente o ministro José Gomes Temporão (Saúde) da bancada do PMDB do Rio, dez deputados peemedebistas fluminenses protocolaram nesta quinta-feira um abaixo-assinado no Palácio do Planalto e Ministério da Saúde. Nele, os parlamentares rechaçam ligações políticas com a pasta e exigem a demissão de quem se diz ligado aos peemedebistas fluminenses.

A reação dos parlamentares se deve às informações de que há intenção da bancada do Rio de indicar nomes para cargos considerados importantes no Ministério da Saúde. As informações ganharam mais força nos último dias com a saída de José Noronha, que era secretário nacional de Assistência à Saúde.

De acordo com o ministério, Noronha era amigo de Temporão e pediu exoneração do cargo por razões pessoais. Ainda não foi indicado um substituto para a secretaria, o que estimulou uma série de eventuais indicações políticas para o cargo.

Porém, no abaixo-assinado, os parlamentares negam quaisquer articulações que visam nomeações e indicações. E, ainda pedem a demissão de "qualquer pessoa de cargo público" cuja nomeação é atribuída à bancada fluminense.

Texto

O texto do documento diz: "Os abaixo-assinados deputados federais da bancada do Rio de Janeiro, vem à presença de vossas excelências [o presidente da República e o ministro da Saúde], informar que não têm interesse em qualquer nomeação do âmbito do Ministério da Saúde. E, desautorizando qualquer gestão que envolva o nosso nome, desmentindo ainda, categoricamente, que tenha qualquer posição nesse Ministério, ocupada por indicação de qualquer membro da bancada. Solicitamos formalmente a demissão imediata de qualquer ocupante de cargo público no Ministério cuja nomeação tenha sido a nós atribuída".

Assinam o abaixo-assinado os deputados federais Eduardo Cunha, Nelson Bornier, Alexandre Santos, Geraldo Pudim, Marcelo Itagiba, Bernardo Ariston, Leonardo Picciani, Fernando Lopes, Solange Almeida e Edson Ezequiel.

Divergências

Internamente, o PMDB do Rio não entende o nome de Temporão como indicação da bancada. Os deputados afirmam que a nomeação dele foi imposta ao partido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB).

A Folha Online apurou que nos últimos dias Cabral e Temporão também estariam estremecidos porque o Ministério da Saúde não repassou verbas para o programa de unidades de pronto atendimento do Estado do Rio. Também há queixas em decorrência de obras no hospital de Queimados (interior fluminense).

Segundo alguns deputados, houve várias tentativas de diálogo com Temporão, mas o ministro apenas sinalizaria interesse nas conversas, mas depois não executava as supostas promessas acordadas.

Arquivo do blog

Quem sou eu

Minha foto
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.