segunda-feira, 19 de abril de 2010

No Rio, Garotinho vira candidato e elege alvo: Cabral


Ex-PDT, ex-PMDB e ex-PSC, o ex-governador Anthony Garotinho foi guindado à condição de candidato do PR ao governo do Rio.



Ex-aliado, ex-desafeto e agora de novo aliado de Lula, Garotinho franqueou seu palanque à presidenciável oficial, Dilma Rousseff.



Dilma não refugou o apoio. Ao contrário. Há duas semanas, a dodói de Lula posou para fotos ao lado de Garotinho. Reuniu-se com ele em Brasília.



Mas a preferida de Lula dispensa a Garotinho um tratamento de apoiador de segunda classe.



No Rio, Dilma dá preferência a outro aliado, o governador Sérgio Cabral (PMDB). Eleito com o apoio de Garotinho, em 2006, Cabral quer se reeleger.



Segundo colocado nas pesquisas e também no “coração” de Dilma, Garotinho decidiu vergastar Cabral. Mirou abaixo da linha da cintura.



Mal o PR oficializou sua candidatura e Garotinho já lançou um repto. Desafiou Cabral a provar a origem do dinheiro usado na compra de um par de imóveis.



Avisou: "O Sérgio Cabral vai ter um osso duro de roer pela frente".



De cara, insinuou que Cabral usou verbas de má origem para comprar um apartamento em Mangaratiba e outro no Leblon.



Personagem de uma penca de inquéritos, Garotinho parece decidido a atrair a disputa para uma arena familiar. Quem há de contestar um especialista?



Escrito por Josias de Souza às 19h35

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Chuva e Garotinho mudam a agenda de Lula e Dilma


Marcello Casal/ABr
Lula ‘Cabo-eleitoral’ da Silva programara para o próximo sábado (10) uma viagem ao Rio de Janeiro com Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff. Deu chabu.



Concebido como contraponto ao lançamento da candidatura rival de José Serra, agendado para o mesmo dia, o deslocamento teve de ser alterado.



A dupla decidiu trocar o Rio pelo ABC paulista, berço político de Lula. Incumbiu-se o prefeito petista de São Bernardo, Luiz Marinho (na foto) de organizar a agenda.



Deve-se a mudança de rota a dois flagelos cariocas: o excesso de chuvas e Anthony Garotinho (PR).



A definição do roteiro anterior estava a cargo de Sérgio Cabral (PMDB). O temporal que produziu caos e morte no Rio deu ao governador prioridades mais urgentes.



De resto, o neoaliado Garotinho marcou para o mesmo sábado o ato de sagração de sua candidatura ao governo do Rio, contra Cabral.



Garotinho avistou-se com Dilma na segunda (5), em Brasília. Conversaram no encontro em que o PR declarou apoio à presidenciável de Lula.



Depois disso, Garotinho, por espertinho, passou a difundir o lero-lero de que Dilma, de passagem pelo Rio, não deixaria de prestigiar o seu lançamento.



Cabral, que reivindica para si a condição de único provedor de palanque para Dilma no Rio, não gostou.



Para evitar que o fio desencapado evoluísse para o curto-circuito, Lula preferiu voltar os olhos para a zona neutra do ABC paulista.



Marinho tenta agora, a toque de caixa, pôr em pé uma programação que vincule Dilma a um tema caro ao eleitor: a criação de empregos.



O PT encomendou ao prefeito uma agenda que ultrapasse o universo sindical. Algo que inclua também o empresariado local.



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Escrito por Josias de Souza às 04h15

quinta-feira, 1 de abril de 2010

DEM rebate Gabeira e abre crise em aliança pró-Serra


Abriu-se uma crise na coligação constituída para oferecer palanque ao presidenciável tucano José Serra no Rio de Janeiro.



Conforme noticiado aqui, Fernando Gabeira, candidato do PV ao governo do Estado, deseja excluir da aliança o DEM, partido de Cesar Maia.



Filho do ex-prefeito e presidente nacional do DEM, o deputado Rodrigo Maia (RJ) falou ao blog na noite passada.



Alcançado pelo celular, Rodrigo disse: “Temos no Rio uma aliança do DEM, PSDB e PPS com o PV. Ou o Gabeira terá os três partidos ou não terá nenhum”.



Rodrigo vinha de uma conversa com os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra; e do PPS, Roberto Freire.



Encontraram-se na cerimônia em que José Serra se despediu do governo de São Paulo. Conversaram sobre Gabeira. Ouça-se Rodrigo:



“Reafirmamos, o Roberto Freire, o Sérgio Guerra e eu, o compromisso de aliança dos três partidos que apóiam o Serra com o Gabeira. De nossa parte, não há problema. Achamos que o Gabeira é um ótimo nome. Mas não há possibilidade de se formar uma aliança diferente”.



Rodrigo recorda que, afora as conversas privadas, Gabeira participou, há três semanas, de um evento público promovido pelo DEM.



Lembra que, em discurso “gravado e testemunhado por mais de 500 pessoas, Gabeira elogiou o Cesar Maia. Disse que é o melhor candidato ao Senado”.



Acrescenta: “Nós costumamos acreditar na palavra das pessoas. Não dá para dizer uma coisa hoje e outra amanhã”.



Em privado, Gabeira escora o desejo de excluir o DEM da coligação na “forte reação” que sua união com Cesar Maia despertou no eleitorado de classe média.



Passou a dizer que é melhor abrir mão dos três minutos de TV que o DEM agrega à sua campanha do que “passar 30 horas se explicando” ao eleitor.



Gabeira não está só. A aversão a Cesar Maia é compartilhada pelo presidente do PV-RJ, Alfredo Sirkis, e pela vereadora Andréa Gouvêa Vieira, do PSDB de Sérgio Guerra e José Serra.



“Se o Sirkis e a Andréa estão enganando o Gabeira, se querem dar a vitória ao Sérgio Cabral [PMDB], estão agindo com muita competência”, reage Rodrigo.



O presidente do DEM declara, em timbre peremptório: “Sem a aliança conosco, o Gabeira não tem chance de vitória no Rio”.



Rodrigo afirma que coligações políticas pressupõem a união de forças desiguais. “Se fôssemos iguais, estaríamos todos no PV ou no DEM”.



Irônico, Rodrigo diz que “a rejeição da classe média a Cesar Maia só ocorre no Posto 9, na praia de Ipanema, onde o Gabeira toma Sol”.



Afirma que “a rejeição a Gabeira começa no bairro de São Cristovão, na zona Norte, e termina em Santa Cruz, na zona Oeste. Sem contar o interior do Estado”.



No dizer de Rodrigo, “a base eleitoral do Gabeira vai da zona Sul à Tijuca. O resto dos votos vem por agregação, não são dele”.



Reconhece que o prestígio de Cesar Maia junto à classe média da capital decaiu no final de sua gestão na prefeitura.



Mas, munido de pesquisas, pondera: “O Gabeira sai de um patamar de 30% na capital e cai para uma média de 10% no resto do Estado. Meu pai tem 35% dos votos da capital, 32% na Baixada Fluminense e 40% no interior do Rio”.



Daí, segundo Rodrigo, a convicção de que só a união de esforços fará com que Gabeira prevaleça sobre Sérgio Cabral, candidato à reeleição.



Ferino, Rodrigo afirma: “O Gabeira recebe meia dúzia de mensagens contra o Cesar Maia na caixa postal do computador e entra em TPM. O eleitor conservador do Cesar Maia também manda mensagens contra o Gabeira. A gente tem a nossa TPM. Mas basta tomar o remedinho que isso passa”.



Gabeira já havia se aliado a DEM, PSDB e PPS na campanha municipal de 2008. Foi ao segundo turno. Mas perdeu, por margem estreita, para Eduardo Paes (PMDB).



Rodrigo atribui a derrota ao “jogo sujo” do PMDB do Rio. Lembra que Paes e Sérgio Cabral alvejaram Gabeira com panfletos preconceituosos.



Realçaram a defesa que Gabeira faz da descriminalização do consumo de maconha e do direito dos homossexuais à união civil.



“O Gabeira perdeu porque colocaram os valores morais à frente do debate: a tanguinha do Gabeira, a maconha e o homossexualismo. Nós não temos esses preconceitos. Ao contrário, queremos nos unir para derrotá-los. Difícil entender essa conversa mole de excluir o DEM”.



Tomada pelo seu formato original, a aliança formada ao redor de Gabeira reservou ao PSDB a indicação do vice. Ao DEM e ao PPS cabe indicar os senadores.



Combinou-se que, no primeiro turno, Gabeira faria a campanha de Maria Silva, a presidenciável do PV.



Caberia aos candidatos ao Senado, entre eles o ‘demo’ Cesar Maia, levar à TV a campanha de Serra. Rodrigo pondera: “Tirando o Zito [José Camilo Zito, prefeito tucano de Nova Iguaçu], quem vai botar a cara pra pedir votos pro Serra no Rio é o Cesar Maia, não o Gabeira”.



E quanto à hipótese de o DEM lançar um candidato próprio ao governo do Rio? “Só uma pessoa que bebeu além da conta pode acreditar nesse conto da carochinha. Se o nosso projeto fosse o de eleger apenas um senador, não precisaríamos nos unir ao Gabeira”.



Vai procurar Gabeira? “Não. De nossa parte, ninguém quer desmontar a aliança. Achamos que o Gabeira está com TPM. Mas TPM passa”.



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Escrito por Josias de Souza às 05h54

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.