quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dicró é enterrado em Mesquita, RJ (Postado por Lucas Pinheiro)

Foi enterrado nesta quinta-feira (26), no cemitério Parque Jardim Mesquita, em Édson Passos, na Baixada Fluminense, o corpo do sambista Dicró. O cantor morreu na noite desta quarta-feira (25), aos 66 anos, em um hospital de Magé, também na Baixada. O enterro reuniu cerca de 100 pessoas.

No fim, o funcionário do cemitério anuncia o número da cova, e os presentes se apressam em anotar, para jogar no bicho, claro: 11.678. "É peru", anunciam os conhecedores. Dicró não perderia a piada.

Ainda no velório, por volta das 15h, com o aumento do número de amigos e familiares, o caixão foi levado para uma tenda na área externa do cemitério, onde uma roda de samba em homenagem a Dicró começou ao som de "Domingo de Sol".

Muito abalada, a viúva Maria Madalena Silva de Oliveira, casada com Dicró há 45 anos e mãe de três dos quatro filhos dele, foi de poucas palavras: "Amava muito esse homem. Deus quis tirar ele de mim, fazer o quê? Não é mole. É triste", lamentou. 

Dicró sofria de diabetes e de insuficiência renal. Depois de uma sessão de hemodiálise, ele passou mal em sua casa e foi levado para o hospital, onde sofreu um infarto e não resistiu. Em novembro passado, ele chegou a ser submetido a uma cirurgia para tratar uma inflamação na vesícula.  

Apesar da doença, Dicró seguia fazendo shows. O último foi na segunda-feira, em Heliópolis. Outros oito, segundo o empresário Roberto Teixeira, estavam agendados e tiveram que ser cancelados. "Ouvi dizer que está uma festa no céu. Bezerra já armou a mesa, com cerveja, para receber ele. Moreira vai estar lá também", disse. Juntos, os dois fundaram o Instituto Sangue Bom, para auxiliar diabéticos e hipertensos. "Atendemos umas 500 pessoas por mês", explica Roberto.

Vida
"Era muito família, não deixava ninguém se desviar. Bobo com os filhos, amoroso com minha mãe. Vai deixar muita saudade", disse Jorge Luiz, 40, o caçula de três filhos do cantor que era conhecido por compor sambas bem-humorados, recheados de sátira e brincadeiras com as sogras. O filho mais velho, César, de 44 anos, também falou sobre o pai. "Nos shows ele alternava piadas entre as músicas. Eu já conhecia todas, mas ele contava de uma forma que eu ria sempre, mesmo assim".

As histórias da vida de Dicró em breve devem chegar às livrarias em uma biografia organizada pelo filho do meio, Roberto, de 42 anos, que também era empresário dele. "Dicró e salteado, as aventuras de um bom malandro" será lançado de forma independente, segundo Roberto, com letras de música, e entrevistas e causos do pai.

Carreira
Nascido em 14 de fevereiro de 1946, Carlos Roberto de Oliveira era conhecido por compor sambas bem-humorados, recheados de duplos sentidos, sátira e brincadeiras com as sogras, como nas músicas "A vaca da minha sogra" e "Bingo da sogra". "Eu adoro sogra. Se eu pudesse, tinha 10, minha mulher é que não deixa", costumava dizer.

O apelido veio da época em que era compositor de um bloco carnavalesco em Nilópolis e assinava as composições com as iniciais de seu nome "CRO". Ao darem o crédito dos sambas, diziam: "é de CRO", o que em pouco tempo se transformou em Dicró.

Na década de 1990, formou parceria com os sambistas Moreira da Silva (1902-2000) e Bezerra da Silva (1927-2005), encontro que resultou no álbum "Os 3 malandros in concert", em 1995.

O sambista nasceu em Mesquita, na Baixada Fluminense, mas sempre teve um carinho muito especial pelo bairro de Ramos, no subúrbio do Rio. Segundo ele, quando era pequeno, ia a pé de Mesquita até a praia de Ramos, pois não tinha dinheiro para pagar a passagem.

Para o sambista, essa era a razão pela qual incluiu Ramos em algumas de suas músicas. Quando a praia começou a ficar suja, Dicró chegou a organizar um abraço simbólico da população no entorno da praia.

O sambista lançou 12 discos em sua carreira. Um dos últimos CDs lançados por Dicró era vendido na rua, de mão em mão. O projeto, que é chamado "CD rua" e é de autoria do cantor Aguinaldo Timóteo, dá a possibilidade de o artista vender o disco a preço popular, o que, segundo Dicró, era mais justo com os seus fãs.

Em 2010, ele fez uma série de participações especiais no Fantástico como "supercorrespondente no mundo dos bacanas".

Em março daquele ano, teve uma crise de hipertensão e foi internado. Depois de ter alta, declarou ao Canal F do Fantástico: "Não morri, não. Estou aí, duro na queda. Só estranhei uma coisa: andei de jatinho, de navio luxuoso, de limusine, de Ferrari e, de repente, quando eu me dou conta estou dentro de uma ambulância. Sabia que eu era gordo, cachaceiro e mentiroso, e diabetes eu descobri há pouco tempo. Cheguei no hospital, e os caras me internaram. Forçando uma barra: parei de beber e parei de fumar. Eu só nao consigo parar de mentir".

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ação contra o tráfico e corrupção tem 12 presos no RJ, diz PM (Postado por Lucas Pinheiro)

Subiu para 12 o número de presos durante a operação contra o tráfico de drogas e corrupção desencadeada, na manhã desta quarta-feira (11), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Militar nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Dois menores também foram detidos na ação, batizada e Operação Conexão Mandela. As informações são do porta-voz da PM, coronel Frederico Caldas.

De acordo com Caldas, as prisões foram feitas no estado do Rio de Janeiro. A ação acontece nas favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, no subúrbio, em Santo Cristo, na Zona Portuária, em Campo Grande, na Zona Oeste, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em Teresópolis, na Região Serrana, e em Araruama e Rio das Ostras, na Região dos Lagos.

A operação tem o objetivo de cumprir 19 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão. Os denunciados pelo MP são acusados de associação para o tráfico de entorpecentes, corrupção ativa e tráfico de drogas.

A operação de agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP e policiais militares conta com o apoio de dois helicópteros do Grupamento Aeromarítimo (GAM) e policiais do Batalhão de Choque (BPChq), do 30º BPM (Teresópolis), da Coordenadoria de Inteligência (CI), da Companhia de Cães, do Grupamento de Apoio aos Promotores (GAP),  e do Gaeco/SP, além de quatro promotores de Justiça do Gaeco do MP-RJ. Ao todo, 500 policiais participam da ação.

Investigações
De acordo com o MP, as investigações começaram em novembro do ano passado, em Teresópolis, após traficantes tentarem subornar policiais militares para que o tráfico na região não fosse reprimido. O caso foi levado pelos PMs para o Ministério Público.

Ainda segundo o MP, a Favela do Mandela, em Manguinhos, foi apontada como um dos principais pontos de distribuição de drogas para diferentes bairros e municípios do Rio de Janeiro, entre eles Duque de Caxias, São Gonçalo e Niterói.

A investigação demonstrou ainda que a implantação ds Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e a prisão de integrantes de uma facção criminosa fizeram os traficantes constituir uma aliança com criminosos de São Paulo. Segundo o MP, era de lá que partia grande quantidade do material entorpecente distribuído não apenas nas Favelas do Mandela e do Jacarezinho, e da Coreia, em Teresópolis, mas, também, nos municípios de Rio das Ostras e Araruama, na Região dos Lagos.

Tiroteio em Manguinhos

De acordo com moradores, houve tiroteio na ação na Favela de Manguinhos. A informação foi confirmada pelo coronel Frederico Caldas. Segundo ele, criminosos entraram em confronto com os policiais do Bope na chegada à comunidade.

Dois homens ficaram feridos durante a operação. Eles foram levados para o Hospital de Bonsucesso, no subúrbio. Segundo o Bope, com eles foram apreendidos uma pistola e um fuzil. Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde deles.

quarta-feira, 4 de abril de 2012


Policial morre durante patrulhamento na Rocinha

Agência Estado 


A favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, registrou na madrugada de quarta-feira a primeira morte de um policial durante todo o processo de pacificação das comunidades na cidade. O cabo do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Rodrigo Alves Cavalcante, de 32 anos, foi morto com um tiro por traficantes durante um patrulhamento no alto do morro. Ele foi a 9ª vítima da onda de violência que há 50 dias atinge a Rocinha, ocupada desde novembro por forças de pacificação.


Em resposta à morte do policial, na manhã de quarta-feira 150 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque realizaram uma operação na favela para prender o suspeito Edilson Tenório de Araújo, de 40 anos. Ele teria atirado no cabo após a tentativa de abordagem no alto do morro, em um ponto de venda de drogas. Na fuga, o suspeito deixou uma bolsa com munições e um documento, o que permitiu sua identificação. Segundo a PM, ele já tinha sido preso duas vezes por tráfico de drogas.

O policial Rodrigo Alves Cavalcante foi atingido na axila esquerda e chegou a ser encaminhado para um hospital, mas não resistiu. Filho de um militar da reserva, ele era o mais novo de quatro irmãos. Um deles, também PM, já havia morrido em serviço. O enterro, com honras militares, será realizado quinta-feira, às 10 horas, no cemitério de Jardim da Saudade, na zona oeste do Rio.

Apesar da morte do policial, o secretario estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, disse em conversa com jornalistas que não vai recuar na ocupação da Rocinha. "Ninguém aqui vai trabalhar com gosto de sangue na boca. Existe um planejamento para a Rocinha, que ainda está na primeira fase da pacificação. Não temos uma vitória absoluta, ela está sendo construída". Beltrame descartou a possibilidade de pedir ajuda ao Exército.

No momento em que foi atingido, o cabo Rodrigo Alves Cavalcante realizava um patrulhamento a pé na Rocinha junto com outros sete policiais. Quatro deles eram recém formados, convocados na última segunda-feira, para reforçar o policiamento na favela. No total, já são 640 policiais distribuídos em quatro turnos. Um centro de comando também foi implantado no alto da favela para monitorar as ações de patrulhamento com aparelhos GPS.

As mudanças na estratégia de atuação, com patrulhas a pé, e o aumento do efetivo foram anunciadas ao longo da semana como soluções para diminuir a escalada de violência na Rocinha. Desde fevereiro, outras oito pessoas já haviam sido mortas a tiros na comunidade. No último domingo, Alexandre da Cunha Fernandes, de 30 anos, foi morto na Via Ápia, uma das principais ruas de acesso à Rocinha.

Segundo a PM, a vítima tinha envolvimento com o tráfico. A polícia também admite que existe um confronto entre traficantes pelo comando da venda de drogas no morro. Em novembro, o líder do tráfico no local, Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, foi preso antes da ocupação da PM. A partir daí, traficantes rivais teriam retornado à favela para controlar a venda de drogas na região, o que estaria provocando as mortes e confrontos.

Apesar dos confrontos, Beltrame disse que não vai mudar o modelo de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas cariocas. "O inimigo da paz quer que a gente mude de estratégia. Estamos contrariando interesses de pessoas que tinham seus próprios tribunais. Era uma ditadura do tráfico que durou 40 anos. Não vamos recuar, mas precisamos consolidar o modelo antes de avançar".

Nesta quarta-feira, o secretário também anunciou a regulamentação do trabalho de policiais nas horas de folga. O bico, como a prática é conhecida, passa a ser institucionalizada na PM. Os agentes receberão adicionais por hora trabalhada em dias de folga e serão deslocados para regiões com demanda por reforço de policiamento ou em eventos de grande porte.

segunda-feira, 2 de abril de 2012


Sobre roubos, descaso e morte por falta de ética (Josias de Souza)


Num instante em que a sociedade é incapaz de reconhecer a honestidade dos administradores públicos e estes são incapazes de demonstrá-la, o Brasil deveria pensar na adoção de um código de falta de ética. Até para ser aético é preciso ter um mínimo de ética. Assim, convém organizar o saque.
Sugestão de artigo primeiro para o novo código de aética: se roubar, não roube da saúde. Se assaltar, tente levar pouco. Se exagerar, distribua bem as mortes. Se os cadáveres forem muitos, não seja pego. Se for pilhado, mantenha a calma. Se tiver um infarto, assegure-se de dispor do melhor plano de saúde privado que o dinheiro público puder pagar.
Notícias veiculadas neste final de semana revelam que o nível ético anda tão baixo que, na saúde, a turma está esquecendo de maneirar. Soube-se, por exemplo, que aliados políticos do governo esfolam-se pelo comando dos hospitais federais do Rio.
A luta chegou ao Ministério da Saúde. Ali, um aliado de duas décadas do ministro petê Alexandre Padilha, Edson Pereira de Oliveira, deixou a pasta há três meses, em dezembro de 2011. Dizia-se que saíra por razões pessoais. Lorota.
Edson Oliveira saiu de cena de fininho porque recebera propina de R$ 200 mil. Pagou-a um grupo suspeito desviar milhões dos hospitais do Rio. Revelada a malfeitoria, o ministro saiu-se com uma velha desculpa –“Eu não sabia”— e chamou a Polícia Federal.
Noutra notícia, a platéia foi informada de um flagelo ocorrido no hospital municipal Salgado Filho, no bairro carioca do Méier. Em 2010, quase metade dos pacientes internados por mais de 24 horas na emergência virou cadáver. De um total de 854 doentes, 363 saíram do hospital para a cova. O Ministério público investiga o descalabro.
O vídeo abaixo mostra que, no Rio, a encrenca da saúde pública tem dois lados. O lado de dentro e o de fora. Muitos pacientes não conseguem nem entrar nos hospitais. Algo que, consideradas as circunstâncias, pode ser uma bênção. Talvez seja melhor morrer de falta de atendimento do que de descaso.



domingo, 1 de abril de 2012


Depois de ser flagrado em transação de R$ 175 mil com Cachoeira, Stepan pede licença do PPS (Josias de Souza)


COMENTÁRIO DO BLOG:

O PPS VIROU FARINHA DO MESMO SACO! 



O deputado federal Stepan Nercessian (RJ) pediu “licença” do seu partido, o PPS, neste sábado (31). Além de afastar-se temporariamente do partido, vai se desligar da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
As providências foram adotadas depois da revelação de que o deputado foi pilhado nos grampos da Operação Monte Carlos numa transação monetária com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Stepan recebeu do opeador de jogos ilegais, no ano passado, R$ 175 mil. Recebeu do operador de jogos ilegais R$ 175 mil. Incomodada, a direção do PPS cobrou explicações do filiado ilustre.
O deputado, então, enviou uma carta ao presidente do PPS, Roberto Freire. “Tendo o meu nome aparecido nas gravações que investigam a relação do sr. Carlos Ramos, Carlinhos Cachoeira, com parlamentares do Senado e da Câmara, solicito licença temporária do PPS.”
Licenciou-se também “de todos os cargos e funções” que ocupa na legenda, “até que todos os fatos sejam apurados e esclarecidos.” De resto, anotou: “Solicito também que o PPS, me substitua na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado […], tendo em vista que essa comissão participará das investigações que envolvem o caso Carlinhos Cachoeira.”
Goiano como Cachoeira, Stepan alega que mantém com o contraventor uma amizade que “dura mais de 15 anos”. Sustenta que o dinheiro que recebeu foi um “empréstimo”.
Nessa versão, o deputado decidira comprar um apartamento. Solicitara empréstimo num banco. Antes que o dinheiro saísse, recorreu ao “amigo”. Afirma que não chegou a usar o dinheiro de Cachoeira. Concretizada a transação bancária, devolveu a cifra.
Restituiu, porém, apenas parte da verba: R$ 160 mil, em vez dos R$ 175 mil. Afirma que os R$ 15 mil restantes foram usados para comprar ingressos do Carnaval carioca encomendados por Cachoeira. Colocou-se à disposição da Comissão de Ética do PPS
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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.