quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

PF indicia Chevron e mais 17 pessoas por vazamento na Bacia de Campos (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Federal indicou 17 pessoas e mais as empresas Chevron e Transocean em consequência do vazamento de petróleo no Campo do Frade, na Bacia de Campos, Litoral Norte do Rio de Janeiro, no início do mês passado.

Segundo o relatório da PF, que está agora nas mãos da Justiça, todas as 17 pessoas, incluindo o próprio presidente da Chevron no Brasil, George Buck, vão responder por crime ambiental. Destas, 16 vão responder também por falsidade ideológica, porque, para a polícia, sonegaram informações. Os indiciados teriam até editado vídeos do vazamento para, supostamente, dificultar a investigação.

O delegado Fábio Scliar, que comandou as investigações, diz que a Chevron e a Transocean, por ganância e conduta leviana de seus executivos e funcionários, recorrem a perfurações temerárias, assumindo o risco do acidente.

Segundo a investigação policial, o vazamento aconteceu porque foi usado excesso de pressão no poço. E a empresa americana sabia que estava perfurando numa zona de alta pressão, até porque o reservatório era bastante conhecido.

O delegado conclui que este poço não podia e não devia ter sido perfurado, e vai além: afirma que a ganância fez com que se pusesse em prática o risco proibido. Isso acabou permitindo que 2,5 mil a 3 mil barris de óleo cru vazassem no oceano e causassem um desastre ambiental de grandes proporções.

"As empresas Chevron e Transocean atuam ou, pelo menos, atuaram aqui nesse caso, de maneira leviana e irresponsável. Estavam trabalhando no limite do limite, como foi admitido por várias das pessoas que vieram depor", afirmou o delegado.

A pena máxima prevista em caso de condenação em todos os crimes denunciados pela Polícia Federal é de até 14 anos de prisão. No caso das empresas, a condenação pode representar até a proibição de exercer atividades no Brasil.

O próximo passo é ouvir o Ministério Público. Para a Chevron, o relatório final da Polícia Federal não reflete a resposta que a empresa deu ao incidente, nem a forma como colaborou com todas as autoridades. Ainda segundo a empresa, os fatos, depois de serem totalmente examinados, vão provar que a empresa respondeu de forma apropriada e responsável ao acidente.

Nos Estados Unidos, o chefe de relações públicas da Transocean declarou que os indiciamentos não têm fundamento e que a empresa e seus funcionários serão defendidos vigorosamente.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.