segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Operação contra corrupção no RJ tem nove PMs suspeitos presos (Postado por Lucas Pinheiro)

Já chega a nove o número de policiais militares presos nesta segunda-feira (19), na Operação Dezembro Negro, comandanda pela Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Alan Luxardo, da DH, os PMs são acusados de corrupção e associação para o tráfico de drogas. Entre os presos está o comandante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Djalma Beltrami.

De acordo com a polícia, outras sete pessoas foram presas suspeitas de participarem do tráfico de drogas do Morro da Coruja, em São Gonçalo. Neste grupo, segundo o delegado, há três menores.

A Operação Dezembro Negro tem como objetivo cumprir 13 mandados de prisão, todos contra PMs. Escutas telefônicas gravadas com autorização da Justiça registraram conversas entre suspeitos e policiais militares cobrando propina.

O delegado revelou que o comandante, ao ser preso, negou as acusações. No entanto, Luxardo afirma que existem imagens e provas testemunhais que ainda estão sendo analisadas. O comandante prestou depoimento e será levado para o Batalhão de Choque, no Centro do Rio.

O G1 entrou em contato com a Polícia Militar e a assessoria da corporação informou que não iria comentar o caso.

Escuta
Os dois interlocutores da escuta telefônica fazem referência a uma pessoa conhecida como "zero um" que, segundo a investigação, seria o comandante Djalma Beltrami. As patrulhas da PM são tratadas de "gêmeas”. Mas o comandante Beltrami não aparece em nenhuma conversa gravada pela polícia. Veja o diálogo:

Policial: “Só que também vai ter que levantar, aumentar aquele negócio, porque tem gente, rapaziada mais alta chegando, vai ser tudo, tudo com a gente, entendeu? Vai ser tudo com este telefone que você tá falando aí, tudo com o 'zero um', entendeu?”

Traficante: “Olha só, eu quero perder pra vocês, entendeu. E perder pro cara que assumiu agora, eu tenho condições de dar 10 pra ele por semana, entendeu?”

Policial: “10 pra, pra... Tem que ser pra cada "gêmea", por final de semana”

Traficante: “Como é que vou dar 10 pra 'tú'? E depois tem que dar tanto pras outras "gêmeas"?
Tá louco, aí eu morro, fico na 'bola', a boca não é minha, não, cara”.

Comandante é ex-juiz de futebol
Beltrami comandou equipes em momentos de grande repercussão, como o massacre da escola de Realengo, na Zona Oeste do Rio, em abril, quando 12 crianças foram mortas. Mas o comandante ganhou fama numa carreira paralela a de policial, nos gramados: durante 22 anos ele foi juiz de futebol.

De acordo com o Globoesporte.com, Beltrami, paulista de 45 anos, fez parte do quadro de árbitros da Ferj de 1989 a 2011, quando se aposentou por idade em maio. Também era dos quadros da CBF (1995 a 2010) e da Fifa (2006 a 2008).

Durante investigações de assassinatos relacionados ao tráfico de drogas, agentes descobriram a corrupção policial. Os PMs receberiam propina de R$ 160 mil por mês.

Beltrami foi levado para a Divisão de Homicídios (DH) em Niterói, para prestar depoimento. Na operação também foi preso um suspeito de tráfico de drogas e apreendidos cinco quilos de maconha.

Investigações começaram há 7 meses
As investigações, que começaram há sete meses, apuravam o tráfico de drogas na Região dos Lagos. Segundo a Polícia Civil, as drogas saíam de favelas como Parque União, Manguinhos e Nova Holanda, no subúrbio, e seguiam para o Morro da Coruja, em São Gonçalo. PMs recebiam propina para não reprimir a chegada dos entorpecentes à comunidade. De lá, as drogas eram levadas para São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

De acordo com a Polícia Civil, agentes cumprem também 11 mandados de prisão contra suspeitos de tráfico no Morro da Coruja, em Neves, além de outros nove de busca e apreensão, expedidos pela Justiça. Na chegada à comunidade, houve troca de tiros e um suspeito morreu. A operação, chamada Dezembro Negro, é realizada por policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e da Baixada Fluminense, em conjunto com agentes da Corregedoria Geral Unificada (CGU).

Djalma Beltrami assumiu o 7º BPM após a prisão do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, acusado de envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli. Patrícia foi executada com 21 tiros ao chegar em casa, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, em agosto. Ao todo, 11 PMs foram denunciados pelo Ministério Público como participantes da morte da magistrada. O tenente-coronel e um tenente foram transferidos na semana passada para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).

Mais de 100 policiais civis participam da operação.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.