Pezão toma posse e já inicia governo com estilo diverso do antecessor
4/4/2014 16:28
Por Redação - do Rio de Janeiro
Por Redação - do Rio de Janeiro
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, assinou na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta sexta-feira, o termo de posse que marca o início de seu mandato. O peemedebista, que era vice-governador, estará à frente da administração estadual durante cerca de nove meses, até 31 de dezembro. Pezão assume depois da renúncia de Sérgio Cabral, que deixou o cargo na véspera para concorrer a uma vaga no Senado nas próximas eleições.
Pezão discursou por cerca de 25 minutos, exaltando as ações do governo Cabral, que ocupou o Palácio Guanabara desde 2007. O governador recém-empossado também lembrou sua trajetória política na cidade de Piraí, onde nasceu, e de onde vieram aliados para a cerimônia, com faixas de apoio.
Sobre sua administração, Pezão declarou que “vai dar continuidade ao trabalho do governo Cabral” e investir em novas parcerias. Entre ações futuras, anunciou a intenção de obter empréstimo para a Companhia Estadual de Águas e Esgostos na Caixa Econômica Federal com o objetivo de construir a Estação de Tratamento de Água Guandu 2, para o abastecimento da Baixada Fluminense. Outro plano é a assinatura de uma parceria com o governo federal para construir o Hospital de Oncologia de Nova Friburgo.
Ao sair da Assembleia Legislativa em direção ao Palácio Guanabara, Pezão afirmou que sua primeira ação será visitar hoje a Santa Casa de Misericórdia, no centro da cidade, que foi interditada pela Vigilância Sanitária no ano passado. “Conto com o apoio da Prefeitura e do Governo federal para reabrir a Santa Casa. Sei que não é fácil, porque ela estava na mira da vigilância sanitária e perdeu a filantropia, mas quero somar forças para reabilitá-la até o fim do mês. Não é admissível que, em um estado como o Rio de Janeiro, haja 600 leitos ociosos no centro da cidade”, afirmou.
Pezão também se posicionou sobre o recente impasse envolve as águas do Rio Paraíba do Sul. O governo do estado de São Paulo demonstrou interesse em captar águas do rio, devido à queda do nível dos reservatórios do Sistema Cantareira.
– Não vejo qualquer destinação àquelas águas a não ser o bom uso que já é feito pelos estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro – disse Pezão, que afirmou que não medirá esforços para evitar que esse uso seja prejudicado.
Antítese
Amigo e parceiro de Cabral, a quem chamou hoje de “a pessoa mais generosa que conheci na vida”, o governador Pezão, na verdade, já se comporta como uma antítese de Cabral. Para demonstrar humildade, Pezão alugou um apartamento no bairro de Laranjeiras, onde fica o Palácio Guabara. Poderá, assim, ir trabalhar a pé. Ele quer passar longe da imagem do ex-governador, que passou maus bocados com a opinião pública após a revelação do uso de helicópteros oficiais para seus finas de semana, com a família, babás e cachorrinho, na paradisíaca cidade litorânea de Mangaratiba, onde tem uma casa de luxo.
Pezão quer sublinhar a imagem de tocador de obras e, a partir dela, avançar em sua própria eleição de governador, em outubro. Terá, para tanto, o apoio do governo federal. A presidente Dilma Rousseff é fã do estilo informal de Pezão, que mal usa terno e gravata em seu dia-a-dia. Ela driblou os apelos do PT para que apoiasse o senador Lindbergh Farias para a disputa no governo. O candidato de Dilma, no Rio, é mesmo Pezão.
Com esse apoio, a presidente espera resolver boa parte de seus problemas de relacionamento com o PMDB no plano nacional. Lembre-se: o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha, que tem dado dores de cabeça à presidente no Congresso, é o Rio. A tendência é a de que ele se acalme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário