quarta-feira, 9 de abril de 2014

Governador Pezão afirma que paz não chegará rapidamente à Maré

Segundo ele, área ficou durante muito tempo sob domínio do crime.
Pezão foi recebido em audiência pela presidente Dilma Rousseff.

Juliana Braga Do G1, em Brasília
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, concede entrevista após audiência com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto (Foto: Juliana Braga / G1)
 
Pezão concede entrevista após audiência com a
presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto
(Foto: Juliana Braga / G1)
Dez dias após tropas do Exército e da Marinha substituírem parte do efetivo da Polícia Militar no Conjunto de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, afirmou nesta terça (8) que não será em dois dias ou em um ano que o poder público levará a paz à comunidade local.
Após audiência com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, o chefe do Executivo do Rio disse que é preciso dar tempo para a implementação de ações governamentais, já que a região da Maré foi dominada por mais de três décadas pela milícia e pelo comando do tráfico de drogas.
"Ali [no Complexo de Favelas da Maré] são dois comandos do tráfico e um da milícia. Então, não vai ser em dois dias, não vai ser em um ano, que a gente vai trazer a paz rapidamente", enfatizou o governador em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
"Ali é um local difícil, como foi o [Complexo do] Alemão, como foi em Manguinhos, como foi na Rocinha. Mas mostra que [o governo] é capaz de entrar em qualquer território", complementou.
A operação militar que tomou o conjunto de favelas da Maré no dia 29 de março – batizada de "São Francisco" – foi coordenada pelo Comando Militar do Leste (CML). O efetivo conta com 2.050 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 da Marinha, 200 da Polícia Militar e uma equipe avançada da 21ª DP (Bonsucesso). A Aeronáutica ainda poderá auxiliar as operações, caso seja necessário.
Na coletiva desta terça, depois do encontro com Dilma, Pezão destacou a ajuda do Ministério da Defesa, que enviou 2,5 mil homens para ajudar na ocupação. De acordo com o Ministério da Defesa, a Força de Pacificação atuará até o dia 31 de julho em uma área de aproximadamente dez quilômetros quadrados.
Na avaliação do governador fluminense, é preciso o governo "ver mais" para responder se a situação está sob controle. "Vamos ver os novos relatórios, mas está avançando muito", ressaltou.
Conforme o sucessor de Ségio Cabral, a presidente Dilma pode ir ao Rio na próxima terça (15) para participar da inauguração de uma fábrica da Nissan, no município de Resende. A assessoria do Planalto ainda não confirma a agenda. Na audiência desta terça, relatou Pezão, ele e Dilma conversaram sobre empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida e sobre a linha 3 do metrô.
"Ela [Dilma] fez essa deferência de me receber aqui na primeira audiência que eu tenho aqui em Brasília", disse.
Disputa eleitoral
Ao final do encontro com a chefe do Executivo federal, Luiz Fernando Pezão disse considerar "natural" a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o senador Lindbergh Farias pode ganhar as eleições para o governo do Rio de Janeiro em outubro.

Nesta terça, Lula concedeu entrevista a blogueiros na qual afirmou que a candidatura de Lindbergh "é para valer, está colocada e é irreversível". 
O governador do Rio relativizou e disse que até as convenções partidárias, em junho, "tem muita conversa, muito trabalho". "Hoje todos nós somos pré-candidatos", enfatizou.
Pezão disse ainda que, "dificilmente", outro candidato conseguirá formar uma coligação equivalente a do PMDB. O governador disse não estar decepcionado com as declarações de Lula.
"Tenho um carinho imenso pelo presidente Lula, um bom relacionamento com o presidente Lula e com a presidente Dilma e, acima das questões partidárias, do relacionamento partidário, somos amigos."
Sobre Lindbergh, Pezão disse que o petista tem feito um "grande trabalho" no Senado defendendo o Rio de Janeiro. Conforme o governador, o senador petista será recebido de "braços abertos" se quiser participar das inaugurações que ele fará ao lado da presidente Dilma Rousseff nos próximos meses.

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.