quarta-feira, 19 de junho de 2013

São Paulo e Rio cedem à pressão e revogam aumento do transporte

Alckmin e Haddad anunciaram redução em SP (© Estadão Conteúdo)
As duas maiores cidades do país cederam às pressões populares e revogaram nesta quarta-feira o aumento da tarifa nas passagens de transportes públicos, após uma onda de manifestações que tomou nos últimos dias as ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de diversas outras cidades do país.
Na capital paulista, o preço do bilhete de ônibus voltará a ser de 3,00 reais. O valor da tarifa do metrô e do trem metropolitano, sob alçada do governo do Estado, também será reduzido para o mesmo preço, frente aos atuais 3,20 reais.
"Vamos ter que cortar investimentos, porque as empresas (de transportes) não têm como arcar com essa diferença", afirmou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Alckmin fez o anúncio de redução da tarifa ao lado do prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pouco após o governo federal afirmar que não tem condições de reduzir mais tributos do setor de transportes.
Na cidade do Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse que a passagem de ônibus voltará a 2,75 reais, depois de ter subido para 2,95 reais no início do mês, e enfatizou que isso terá um impacto anual no orçamento do município de cerca de 200 milhões de reais.
São Paulo e Rio vêm sendo os principais palcos das manifestações que começaram há cerca de duas semanas e passaram a incluir, além de redução da tarifa, reivindicações por melhores serviços públicos, combate à corrupção e contra os gastos com a Copa do Mundo de 2014.
O ápice das manifestações até agora ocorreu na segunda-feira, quando mais de 200 mil pessoas foram às ruas de várias capitais. Em sua maioria, os protestos foram pacíficos, mas houve atos de violência empreendidos por pequenos grupos.
Após os protestos de segunda, na maior manifestação popular no Brasil em mais de 20 anos, prefeitos de outras capitais anunciaram queda no preço da passagem de transporte.
Em São Paulo, Haddad e Alckmin relutavam em reduzir a tarifa do transporte público, argumentando que isso implicaria redução dos recursos destinados a áreas como educação e saúde.
Na terça-feira, o prefeito paulista se reuniu com integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que tem liderado o chamamento aos protestos por meio das redes sociais, e prometeu dar uma resposta sobre a demanda até sexta-feira.
Depois de uma manifestação pacífica iniciada a tarde, um grupo de manifestantes tentou, na noite de terça-feira, invadir a sede do governo municipal na região central de São Paulo e ateou fogo a um carro de transmissão da TV Record perto do edifício. O Teatro Municipal, tombado pelo patrimônio histórico, foi alvo de pichações, assim como vários monumentos no centro da cidade.
Vinte e nove lojas comerciais e áreas privadas foram depredadas na região, e mais de 60 pessoas foram detidas.
Nesta quarta, as manifestações na capital paulista atingiram áreas mais periféricas e vias de acesso à cidade.
Manifestantes chegaram a interromper o fluxo da rodovia Anchieta, queimando pneus no sentido São Paulo. A estrada foi desbloqueada, e os manifestantes seguiram em passeata pelas ruas da cidade de São Bernardo do Campo. Interdições também foram registradas na rodovia Régis Bittencourt, avenida Guarapiranga e Estrada do M'Boi Mirim.
A presidente Dilma Rousseff afirmou na terça-feira que as manifestações que tomaram as ruas do Brasil comprovam a energia da democracia e que "seu governo está ouvindo as vozes" e empenhado na mudança da sociedade.
No começo de 2013, o governo federal convenceu alguns Estados e municípios a segurarem o reajuste da tarifa até o meio do ano para reduzir o efeito da alta do transporte na inflação.
No início de junho, o governo federal anunciou a desoneração de PIS/Cofins sobre o setor para que o aumento da tarifa fosse minimizado. As empresas de transportes também foram beneficiadas com a desoneração da folha de pagamento.
Veja o que dizem os cartazes dos manifestantes:
Manifestações se espalham pelo Brasil e recebem apoio em outros países (© Agência Brasil)
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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.