O delegado Deoclécio Francisco de Assis Filho, titular da 37ª DP (Ilha do Governador), convocou o deputado estadual Samuel Corrêa da Rocha Junior, o Samuquinha, do PR, a prestar depoimento na delegacia. A informação é da assessoria de comunicação da Polícia Civil. Samuquinha é acusado de agressão pela advogada Christine Calixto. Ainda segundo a assessoria da polícia, foi instaurado procedimento para investigar crime de lesão corporal e dano.
Em entrevista ao G1, na noite de segunda-feira (22), a primeira coisa que a advogada Christine Calixto fez foi mostrar hematomas no braço esquerdo, atrás do pescoço e nas pernas. Segundo ela, as manchas roxas são resultado da agressão cometida por Samuquinha, há pouco mais de uma semana, na madrugada do dia 13 de outubro. ‘Foi um espancamento, uma sessão de tortura que durou três horas’, contou. De acordo com a advogada, a agressão ocorreu dentro de um barco de Samuquinha, que, na ocasião, estava ancorado no Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador.
Procurado pelo G1 nesta segunda-feira, o deputado Samuquinha não foi localizado. Mas, segundo Antônio Carlos, chefe do gabinete do deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Samuquinha afirmou que sequer conhece Christine Calixto, que as acusações da advogada são “calúnias” e que estaria “entrando com medidas judiciais contra essa senhora”. Antônio Carlos explicou que Samuquinha “não iria se pronunciar nesta segunda-feira” e que os advogados do deputado “foram à delegacia para ver do que se trata a denúncia”.
Além de ter registrado o caso na 37ª DP, Christine Calixto também registrou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), no Centro do Rio. A assessoria da Polícia Civil informou que essa ocorrência já foi encaminhada ao Tribunal de Justiça do estado (TJ-RJ), com cópia para a Corregedoria da Alerj. “Tenho provas de que não é uma calúnia. A Justiça vai ser feita, mas não vou esquecer disso jamais”, disse a advogada.
‘Ele me apresentava a todo mundo como namorada’, conta advogada.
Christine Calixto conta que conheceu Samuquinha em julho, quando recebeu um convite de um amigo do deputado, que também era conhecido dela, para ir ao churrasco de aniversário de uma delegada. Segundo Christine, na festa, além do deputado, havia outro delegado, promotores e um conhecido jogador de futebol.
“Na festa, o Samuel – porque não o chamo de Samuquinha, mas sim de Samuel - ficou me olhando até que veio falar comigo. A primeira coisa que perguntou foi: ‘Você é casada?’ Respondi: ‘Não. Sou divorciada. E você, é casado?’ E ele me disse que não”, recorda a advogada. Em entrevista ao jornal “O Dia”, Samuquinha afirma ter “mulher e filhas”.
Christine diz ainda que, na festa, Samuquinha contou ser médico cardiologista. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consta que a formação do deputado é: Ensino Médio completo. Já de acordo com o site da Alerj, Samuquinha é formado em Administração.
De acordo com Christine, os dois passaram a se encontrar com freqüência, e ela inclusive teria ido ao apartamento dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. “Um dia, fomos juntos a uma tabacaria e a um trailer na Praia da Barra. E ele me apresentava a todo mundo como namorada”, lembra. “Certa vez, fomos a outro barco dele, que estava ancorado lá na Barra da Tijuca”, acrescenta a advogada.
“O Samuel nunca tinha se mostrado uma pessoa violenta. Muito pelo contrário: era a pessoa mais dócil do mundo e me tratava muito bem. Sempre me deu flores. Eu retribuí com vários presentes, que estão no barco dele”, conta Christine.
‘Ele pegou uma garrafa de vodca e tacou na minha cabeça’, afirma advogada
A advogada conta que, durante o período de campanha para as eleições municipais deste ano, quando Samuquinha se candidatou à Prefeitura de Duque de Caxias, eles passaram a se ver menos. “Quando acabaram as eleições, ele (Samuquinha) me ligou e disse: ‘Agora estou folgado e a gente vai poder se ver sempre.’ respondi: ‘Que bom!’” Christine conta que, na sexta-feira (12), Samuquinha a convidou para o encontrar em um restaurante na Ilha do Governador: “Era por volta de 19h. Peguei meu carro e fui.”
Do restaurante, segundo a advogada, o casal foi para o Iate Clube Jardim Guanabara, onde estava o barco do deputado. “Ele (Samuquinha) foi dirigindo meu carro. Eram umas 22h, no máximo”, recorda ela. “Já dentro do barco, dançamos ao som do Fábio Júnior e do Roberto Carlos. Depois, tivemos relações sexuais”, acrescenta, ressaltando que ele ainda a teria pedido em casamento.
“Depois disso, ele surtou. Do nada, pegou uma garrafa de vodca e tacou na minha cabeça”, conta Christine. “Ele dizia que eu o havia traído com o amigo dele, que nos apresentou. Falei: ‘Vamos embora, Samuel.’ Ele respondeu: ‘Não. Só tá começando. Eu vou te matar.’ Quando peguei minha bolsa para ir embora, ele me deu uma rasteira e eu caí. Ele me socou foi muito: chutes e socos. Cheguei a ter hemorragia interna”, complementa a advogada. Christine afirma ainda que Samuquinha usou um sapato dela, com salto, nas agressões: “Fiquei com a boca e o rosto ensaguentados. Meu sapato está lá em casa, ainda com sangue e fios de cabelo meus.”
‘Procurei a imprensa porque ele falou que ia matar o meu pai’, diz advogada
Christine conta que, após as agressões, Samuquinha a ameaçou. “Ele disse: ‘Vou botar uma corda no pescoço com uma pedra, e vou te jogar no mar. E, depois, vou matar teu pai.’”, recorda. “Eu estava semidesmaiada, mas quando o ouvi falar do meu pai, disse: ‘Meu pai não! Não mexe com meu pai!’”, acrescenta a advogada.
De acordo com Christine, por volta das 5h, Samuquinha a teria deixado no barco e ido embora, a pé. “Fiquei dentro do iate, deitada na proa, sozinha. Ele mandou dois seguranças, dizendo que eu estava invadindo propriedade alheia. Os seguranças viram meu estado, me levantaram e me levaram até meu carro”, conta. “No caminho, passei pelo Samuel, que estava em um ponto de ônibus. Ele gritou: ‘Vai na 37ª DP. Eu conheço o delegado de lá. Isso não vai dar em nada. Já fiz isso várias vezes. Tenho imunidade parlamentar.’”, complementa a advogada.
Christine diz que, então, foi registrar a ocorrência na 37ª DP. Em seguida, foi ao Hospital Municipal Paulino Werneck, na Ilha do Governador e, depois, ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito.
“Eu procurei a imprensa porque ele (Samuquinha) falou que ia matar o meu pai. Eu não fui amante: fui namorada dele. Se soubesse que ele era casado, jamais teria saído com ele”, afirma Christine. “Ele era o Samuel que deitava no meu colo, carente, pedindo carinho? Que dizia querer se casar comigo? Quem é o Samuel? É o Samuel carente, ou é o Samuel diabo? Eu não sei. Não posso dizer. Não tenho como afirmar. Estou me sentindo envergonhada. Sinto que foi tirado de mim um respeito que eu não sei se vou conseguir resgatar”, conclui.
Em entrevista ao G1, na noite de segunda-feira (22), a primeira coisa que a advogada Christine Calixto fez foi mostrar hematomas no braço esquerdo, atrás do pescoço e nas pernas. Segundo ela, as manchas roxas são resultado da agressão cometida por Samuquinha, há pouco mais de uma semana, na madrugada do dia 13 de outubro. ‘Foi um espancamento, uma sessão de tortura que durou três horas’, contou. De acordo com a advogada, a agressão ocorreu dentro de um barco de Samuquinha, que, na ocasião, estava ancorado no Iate Clube Jardim Guanabara, na Ilha do Governador.
Procurado pelo G1 nesta segunda-feira, o deputado Samuquinha não foi localizado. Mas, segundo Antônio Carlos, chefe do gabinete do deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Samuquinha afirmou que sequer conhece Christine Calixto, que as acusações da advogada são “calúnias” e que estaria “entrando com medidas judiciais contra essa senhora”. Antônio Carlos explicou que Samuquinha “não iria se pronunciar nesta segunda-feira” e que os advogados do deputado “foram à delegacia para ver do que se trata a denúncia”.
Além de ter registrado o caso na 37ª DP, Christine Calixto também registrou queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), no Centro do Rio. A assessoria da Polícia Civil informou que essa ocorrência já foi encaminhada ao Tribunal de Justiça do estado (TJ-RJ), com cópia para a Corregedoria da Alerj. “Tenho provas de que não é uma calúnia. A Justiça vai ser feita, mas não vou esquecer disso jamais”, disse a advogada.
‘Ele me apresentava a todo mundo como namorada’, conta advogada.
Christine Calixto conta que conheceu Samuquinha em julho, quando recebeu um convite de um amigo do deputado, que também era conhecido dela, para ir ao churrasco de aniversário de uma delegada. Segundo Christine, na festa, além do deputado, havia outro delegado, promotores e um conhecido jogador de futebol.
“Na festa, o Samuel – porque não o chamo de Samuquinha, mas sim de Samuel - ficou me olhando até que veio falar comigo. A primeira coisa que perguntou foi: ‘Você é casada?’ Respondi: ‘Não. Sou divorciada. E você, é casado?’ E ele me disse que não”, recorda a advogada. Em entrevista ao jornal “O Dia”, Samuquinha afirma ter “mulher e filhas”.
Christine diz ainda que, na festa, Samuquinha contou ser médico cardiologista. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consta que a formação do deputado é: Ensino Médio completo. Já de acordo com o site da Alerj, Samuquinha é formado em Administração.
De acordo com Christine, os dois passaram a se encontrar com freqüência, e ela inclusive teria ido ao apartamento dele, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. “Um dia, fomos juntos a uma tabacaria e a um trailer na Praia da Barra. E ele me apresentava a todo mundo como namorada”, lembra. “Certa vez, fomos a outro barco dele, que estava ancorado lá na Barra da Tijuca”, acrescenta a advogada.
“O Samuel nunca tinha se mostrado uma pessoa violenta. Muito pelo contrário: era a pessoa mais dócil do mundo e me tratava muito bem. Sempre me deu flores. Eu retribuí com vários presentes, que estão no barco dele”, conta Christine.
‘Ele pegou uma garrafa de vodca e tacou na minha cabeça’, afirma advogada
A advogada conta que, durante o período de campanha para as eleições municipais deste ano, quando Samuquinha se candidatou à Prefeitura de Duque de Caxias, eles passaram a se ver menos. “Quando acabaram as eleições, ele (Samuquinha) me ligou e disse: ‘Agora estou folgado e a gente vai poder se ver sempre.’ respondi: ‘Que bom!’” Christine conta que, na sexta-feira (12), Samuquinha a convidou para o encontrar em um restaurante na Ilha do Governador: “Era por volta de 19h. Peguei meu carro e fui.”
Do restaurante, segundo a advogada, o casal foi para o Iate Clube Jardim Guanabara, onde estava o barco do deputado. “Ele (Samuquinha) foi dirigindo meu carro. Eram umas 22h, no máximo”, recorda ela. “Já dentro do barco, dançamos ao som do Fábio Júnior e do Roberto Carlos. Depois, tivemos relações sexuais”, acrescenta, ressaltando que ele ainda a teria pedido em casamento.
“Depois disso, ele surtou. Do nada, pegou uma garrafa de vodca e tacou na minha cabeça”, conta Christine. “Ele dizia que eu o havia traído com o amigo dele, que nos apresentou. Falei: ‘Vamos embora, Samuel.’ Ele respondeu: ‘Não. Só tá começando. Eu vou te matar.’ Quando peguei minha bolsa para ir embora, ele me deu uma rasteira e eu caí. Ele me socou foi muito: chutes e socos. Cheguei a ter hemorragia interna”, complementa a advogada. Christine afirma ainda que Samuquinha usou um sapato dela, com salto, nas agressões: “Fiquei com a boca e o rosto ensaguentados. Meu sapato está lá em casa, ainda com sangue e fios de cabelo meus.”
‘Procurei a imprensa porque ele falou que ia matar o meu pai’, diz advogada
Christine conta que, após as agressões, Samuquinha a ameaçou. “Ele disse: ‘Vou botar uma corda no pescoço com uma pedra, e vou te jogar no mar. E, depois, vou matar teu pai.’”, recorda. “Eu estava semidesmaiada, mas quando o ouvi falar do meu pai, disse: ‘Meu pai não! Não mexe com meu pai!’”, acrescenta a advogada.
De acordo com Christine, por volta das 5h, Samuquinha a teria deixado no barco e ido embora, a pé. “Fiquei dentro do iate, deitada na proa, sozinha. Ele mandou dois seguranças, dizendo que eu estava invadindo propriedade alheia. Os seguranças viram meu estado, me levantaram e me levaram até meu carro”, conta. “No caminho, passei pelo Samuel, que estava em um ponto de ônibus. Ele gritou: ‘Vai na 37ª DP. Eu conheço o delegado de lá. Isso não vai dar em nada. Já fiz isso várias vezes. Tenho imunidade parlamentar.’”, complementa a advogada.
Christine diz que, então, foi registrar a ocorrência na 37ª DP. Em seguida, foi ao Hospital Municipal Paulino Werneck, na Ilha do Governador e, depois, ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito.
“Eu procurei a imprensa porque ele (Samuquinha) falou que ia matar o meu pai. Eu não fui amante: fui namorada dele. Se soubesse que ele era casado, jamais teria saído com ele”, afirma Christine. “Ele era o Samuel que deitava no meu colo, carente, pedindo carinho? Que dizia querer se casar comigo? Quem é o Samuel? É o Samuel carente, ou é o Samuel diabo? Eu não sei. Não posso dizer. Não tenho como afirmar. Estou me sentindo envergonhada. Sinto que foi tirado de mim um respeito que eu não sei se vou conseguir resgatar”, conclui.
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