sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vítimas de massacre em escola pública do Rio começam a ser enterradas pela manhã

Do UOL Notícias
Em São Paulo

Tiroteio em escola no Rio de Janeiro

Foto 67 de 73 - Nilza Candelária da Cruz, avó de Karine Lorraine Chagas de Oliveira, morta na chacina, chora na porta do IML Mais Marcos Tristão/Agência O Globo
Começam a ser enterradas nesta sexta-feira (8) as vítimas do massacre na escola municipal Tasso de Oliveira, no bairro do Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Ao todo, 12 estudantes da unidade --10 meninas e dois meninos-- foram mortos no tiroteio promovido  por um ex-aluno, Wellington Oliveira, que, segundo a polícia, se suicidou depois de ser atingido.
Foram confirmados os funerais de quatro vítimas: Laryssa Silva Martins, 13, e Mariana Rocha de Souza, 12, serão sepultadas às 11h no cemitério do Murundu, na zona oeste; Géssica Guedes Pereira, 15, no cemitério Ricardo de Albuquerque, também na zona oeste do Rio, às 15h; e Larissa dos Santos Atanázio, 13, no cemitério Jardim da Saudade (o horário não foi divulgado).

Já o atirador, em carta que deixou antes de se matar, pediu para ser enterrado "ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu”.
Ontem (7), a presidente Dilma Rousseff afirmou em Brasília que estaria hoje na capital fluminense para acompanhar a despedida das vítimas, o que, até o final da noite de ontem, ainda não estava confirmado em sua agenda oficial.

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Doze vítimas

A última vítima de Oliveira a morrer foi um adolescente de 13 anos que estava internado no hospital estadual Adão Pereira Nunes. Ele teve morte encefálica ontem pouco após as 19h.
Conforme a Secretaria de Saúde do Estado do Rio, são 12 os feridos na tragédia. No hospital Albert Schweitzer, há um adolescente de 14 anos, baleado no abdômen e mão, em estado grave.
Segundo o diretor de Polícia Técnica Científica do Estado, Sérgio da Costa Henrique, o processo de identificação das vítimas no IML (Instituto Médico Legal) demorou três horas. Ao menos quatro famílias autorizaram doações de órgãos das vítimas.

O crime

Por volta das 8h30 de quinta-feira (7), o atirador Wellington Menezes de Oliveira entrou no prédio dizendo que iria fazer uma palestra em comemoração aos 40 anos do colégio. Lá dentro, chegou a ser reconhecido por uma professora. Segundo testemunhas, ele foi para o primeiro andar da escola e se dirigiu a uma sala de aula de oitava série, com 40 alunos, onde os disparos começaram. Mais de 400 jovens estudam no local, em 14 turmas do 4º ao 9º ano.
Durante o tiroteio, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos.
O atirador estaria usando uma roupa que imitava fardamento militar e entrou na escola com duas pistolas e muita munição.
A irmã adotiva do atirador disse em entrevista à rádio Band News, que o atirador estava "muito ligado" ao Islamismo, não saía de casa e ficava o tempo inteiro no computador.
Em uma carta deixada, Oliveira orientou seu enterro e pediu que sua casa fosse doada para entidades que cuidam de animais.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o episódio é uma “tragédia sem precedentes” e que este é um “dia de luto” para a educação brasileira. "Poderia ter sido maior".
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que o massacre  poderia ter sido maior, se um terceiro sargento da Polícia Militar não tivesse interferido. Segundo o governador, o sargento Alves, que cumpria uma operação na região, foi avisado por dois estudantes feridos que fugiram da escola no momento do massacre.
“Ele estava participando de uma operação a dois quarterões da escola e foi avisado por dois meninos que fugiram”, disse. Cabral afirmou que o sargento atingiu o atirador na perna quando ele estava no terceiro andar, quando ele já havia atirando contra os alunos e se preparava para atacar mais crianças. “Sem dúvida nenhuma a atuação dele [o sargento] foi fundamental. Ele já estava preparado para mais disparos."

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Quem sou eu

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.