segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cabral diz que divisão dos royalties do pré-sal é "covardia" com o Rio (Danuza Peixoto)

SAMANTHA LIMA
DO RIO

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse esperar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vete a emenda que altera a distribuição dos royalties do petróleo, inclusive para os campos já licitados no pré-sal e em exploração pela Petrobras.

Cabral classificou a emenda de "covarde" e "demagógica" e defendeu que é inconstitucional.

Entenda o que o Senado aprovou em relação ao pré-sal

Aprovada nesta madrugada, a emenda prevê a distribuição das rendas do petróleo para todos os Estados, inclusive nas áreas já licitadas pela União nos últimos 11 anos. Foi inserida pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) no projeto que estabelece a partilha de produção em substituição ao regime de concessão, também aprovado.

O projeto volta para a Câmara antes de ir à mesa do presidente, que deverá sancioná-lo ou vetá-lo.

"Liguei para o presidente Lula, que me garantiu que o que vale é o acordado há sete, oito meses, que a mudança só valerá para as áreas a serem licitadas. Eu espero que o presidente vete. É um absurdo, uma covardia com o Rio de Janeiro".

Segundo Cabral, no ano passado o Estado e os municípios fluminenses receberam Rs 7,5 bilhões em royalties e participações especiais em 2009.

"Esse dinheiro não resolve nenhum problema dos outros Estados e prejudica fragorosamente o Rio de Janeiro".

Para Cabral, a aprovação da medida foi uma manobra para angariar apoio dos parlamentares para a aprovação do projeto que prevê a capitalização da Petrobras, também aprovada nesta madrugada. A estatal dependia dessa medida para conseguir captar até RS 60 bilhões no mercado acionário e, assim, tocar os investimentos previstos este ano. "A Petrobras não é mais importante do que o Brasil ou o Rio de Janeiro".

Cabral disse ter se decepcionado com o que classificou de falta de apoio por parte do PMDB na questão. E que, por isso, não compareceria à convenção do partido, no próximo sábado.

Cabral também afirmou que tiraria temporariamente da Assembleia Legislativa dez mensagens encaminhadas ontem com propostas de reajustes aos servidores. Apenas as mensagens relacionadas à Secretaria de Segurança Pública seriam mantidas.

Para Cabral, os mecanismos de compensação das perdas pela União, como prevê o projeto, não serão aplicados. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também criticou o senador Pedro Simon. "É uma decepção ver o senador Pedro Simon, que marcou presença na vida pública pela ética, tomar essa emenda na madrugada, algo muito distante da ética".

Mais cedo, o presidente Lula sinalizou que pode vetar o projeto que trata do Fundo Social do pré-sal. "É 50% para educação, daqui a pouco é 50% para não sei o quê. Daqui a pouco o governo não vai ter como fazer política social, porque já está carimbado."

O projeto que cria o Fundo Social e estabelece o regime de partilha (em vez de concessão) como novo modelo de exploração do petróleo foi votado na madrugada desta quinta-feira pelo Senado. Como sofreu alterações, ainda voltará para a Câmara.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.