O plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília - André Coelho / O Globo
BRASÍLIA — Levantamento da atuação parlamentar da bancada do Rio
feito pelo GLOBO revela a existência de uma elite de deputados
fluminenses com atuação positiva marcante na Câmara nos últimos quatro
anos, enquanto outro grupo se destaca negativamente. A elite fluminense
na Câmara é composta por oito deputados que aparecem em pelo menos duas
categorias consideradas positivas no desempenho do mandato, como
presença nas sessões, a economia com a verba de gabinete e a
apresentação de projetos e relatorias. INFOGRÁFICO: confira dados sobre parlamentares do Rio BALANÇO:confira, nome a nome, informações sobre bancada fluminense Neste seleto grupo, se destacam os deputados Miro Teixeira e Hugo
Leal. Os dois foram eleitos por partidos diferentes e hoje estão no
novato PROS, mas se destacaram, cada um, em três das seis categorias,
liderando cada um duas delas. Ao longo do último mês, O GLOBO se debruçou sobre os dados nos quatro
últimos anos dos mandatos de cada um dos parlamentares do Rio eleitos
em 2010. Foram analisados indicadores da presença na sessões de
plenário, gasto da verba de gabinete, presença nas comissões temáticas,
discursos em plenário, apresentação de projetos e relatorias de
propostas. Um bom parlamentar é uma combinação de assiduidade, estudo dos
projetos, manifestação de opiniões e sintonia com os interesses da
sociedade, um mandato voltado não para seus próprios interesses, mas os
interesses daqueles que ele representa.
Infográfico mostra uso da verba indenizatória por parlamentares - / O GloboEm
2010, 46 deputados foram eleitos no Rio, mas só 33 cumpriram os
mandatos integralmente. Os outros 13 se licenciaram ou renunciaram para
assumir outros cargos, abrindo as vagas que levaram 15 suplentes a
assumirem o posto temporária ou definitivamente. A reportagem focou sua
análise na comparação dos mandatos apenas dos 33 que cumpriram
integralmente seus mandatos. Todos os dados dos 61, no entanto, estão
disponíveis no site do GLOBO.INICIANTES NA LISTA POSITIVA Miro é o mais presente em plenário (98%) e o que menos gasta o
chamado cotão (R$ 381 mil em quatro anos, quase integralmente em
passagens do Rio para Brasília), além de estar entre os cinco que mais
discursam em plenário. Hugo Leal lidera outras duas categorias, mais
presente em comissões e o que mais relatou propostas, e está entre os
cinco que mais apresentaram projetos. Também integram a elite da bancada
dois deputados em primeiro mandato — Alessandro Molon (PT) e Romário
(PSB) —, além de Chico Alencar (PSOL), Benedita da Silva (PT), Anthony
Garotinho (PR) e Zoinho (PR).
A SEGUIR: O MESMO INFOGRÁFICO, AMPLIADO PELO BLOG DO PAIM, EM QUE DESTACA OS MELHORES COLOCADOS:
Infográfico mostra uso da verba indenizatória por parlamentares - / O Globo
Em
2010, 46 deputados foram eleitos no Rio, mas só 33 cumpriram os
mandatos integralmente. Os outros 13 se licenciaram ou renunciaram para
assumir outros cargos, abrindo as vagas que levaram 15 suplentes a
assumirem o posto temporária ou definitivamente. A reportagem focou sua
análise na comparação dos mandatos apenas dos 33 que cumpriram
integralmente seus mandatos. Todos os dados dos 61, no entanto, estão
disponíveis no site do GLOBO. INICIANTES NA LISTA POSITIVA Miro é o mais presente em plenário (98%) e o que menos gasta o
chamado cotão (R$ 381 mil em quatro anos, quase integralmente em
passagens do Rio para Brasília), além de estar entre os cinco que mais
discursam em plenário. Hugo Leal lidera outras duas categorias, mais
presente em comissões e o que mais relatou propostas, e está entre os
cinco que mais apresentaram projetos. Também integram a elite da bancada
dois deputados em primeiro mandato — Alessandro Molon (PT) e Romário
(PSB) —, além de Chico Alencar (PSOL), Benedita da Silva (PT), Anthony
Garotinho (PR) e Zoinho (PR).
O levantamento também mostrou um grupo de cinco deputados que se
encaixam em pelo menos três rankings negativos — mais ausentes em
plenário e comissões, que mais gastam a verba, menos discursam, menos
projetos apresentaram ou relataram. Este grupo é encabeçado pelos
deputados Doutor Adilson Soares (PR), que figura em quatro das seis
categorias, liderando três delas: menos presente em comissão (esteve
presente em apenas 50%), menos discursos (dois durante os quatro anos de
mandato) e menos projetos apresentados (durante os quatro anos, não
apresentou nenhum). Ele está ainda entre os que mais gastaram o cotão
(R$ 1,1 milhão). Adilson Soares é irmão do pastor R.R. Soares, da Igreja
Internacional da Graça de Deus. O ex-ministro Edson Santos (PT) é outro que integra o grupo dos
líderes em quesitos negativos. Detentor do menor percentual de presença
em plenário (71%) entre os 33 que cumpriram integralmente o mandato, foi
também o que mais gastou durante os quatro anos da legislatura (R$ 1,2
milhão) — o exato oposto de Miro, o mais presente e econômico. Outros três fecham a lista negativa. O deputado Adrian (PMDB) foi o
que menos relatou projetos durante o mandato (apenas 3), segundo mais
ausente em plenário (71% de presença) e que figura entre os cinco que
menos discursaram em plenário (20 discursos). Francisco Floriano (PR)
está entre os que mais gastaram o cotão (1,2 milhão), menos presentes em
comissão e os que menos apresentaram propostas. E Edson Ezequiel
(PMDB), que está em três categorias negativas (poucos discursos, poucas
relatorias e pouca apresentação de propostas), apesar de também aparece
entre os cinco que menos gastaram no mandato. A deputada Andréia Zito (PSDB) aparece em duas categorias positivas —
menor gasto do cotão e grande número de projetos apresentados, mas está
na lista dos cinco que menos estiveram presentes em comissões e menos
discursaram. ‘GOSTO DE SER DEPUTADO’ O deputado Hugo Leal (PROS) está no segundo mandato como federal, mas
encabeça a lista dos que mais relataram projetos nesta legislatura, dos
mais presentes em comissões e está entre os que mais apresentaram
projetos. Ele diz que gosta de ser deputado.
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— Soldado, no quartel, quer serviço. Alguns interpretam a Câmara como
uma casa de passagem para galgar outros postos. Eu gosto de ser
deputado, a Câmara é rica em debates e dá angústia por não conseguir
participar de todos. Em seu décimo mandato, Miro Teixeira diz que o desempenho de um
deputado depende do papel que ele exerce. Nem sempre estar entre os mais
presentes significa exercer bem o mandato. — Uso meu mandato para fiscalizar com lupas projetos que estão em
votação, emendas feitas às Medidas Provisórias, por exemplo. Mas já
estive longe do plenário e ao lado de outros para evitar, por exemplo, a
invasão da CSN, em Volta Redonda. Não é só ficar sentado em plenário,
mas atuar — disse o parlamentar. Campeão em discursos, com mais de mil feitos só em plenário nesta
legislatura, o deputado Chico Alencar (PSOL) também se destaca pelo uso
econômico do cotão, com R$ 654 mil, cerca de 55% do que é permitido. — Uso sim, a verba, porque é necessário. Mas temos muito zelo pelos
recursos públicos. Unimos o princípio da necessidade de custeio do
mandato com o da austeridade — diz Chico Alencar. ‘É PRECISO SER OUSADO’ Em seu primeiro mandato na Câmara, Alessandro Molon conseguiu
relatorias importantes e aparece como o terceiro mais presente em
plenário, e o segundo que mais relatou propostas. — Corri atrás, as coisas não caíram do céu, foram fruto de um
trabalho sério. É preciso ser ousado, furar barreiras. Lutei para ter a
relatoria do Marco Civil porque entendia que era algo decisivo para o
Brasil e isso foi antes de estourar o escândalo da espionagem dos EUA —
afirmou Molon. O deputado Dr. Adilson Soares, que aparece em quatro categorias
negativas, não tentará se reeleger. Em relação ao uso da cota, afirma
que gastou dentro da legalidade. No caso da ausência em comissões, diz
que elas funcionam na quarta-feira, dia em que as audiências dele em
ministérios eram marcadas. Em relação ao fato de ter feito, durante os
quatro anos, apenas dois discursos em plenário, justifica: — Meus discursos sempre foram no meu gabinete, atendendo ao povo do
meu estado e trabalhando no acompanhamento de seus pleitos em Brasília. O deputado Edson Santos diz que, durante o mandato, teve que se
ausentar da Casa para participar de missões oficiais aos EUA, China,
Angola e Antártida, além de participar de diligências de subcomissões,
como a da Copa, ou de projetos que relatou e que implicam em visitas a
outras cidades. O deputado Adrian (PMDB) afirma que todas as suas faltas
foram justificadas e que seu trabalho como deputado é dedicado a
garantir verbas para municípios do interior do Rio. Em relação ao uso do cotão, a deputada Andreia Zito afirma que usa
mais para os deslocamentos e tem evitado contratação de consultorias,
recorrendo a seus funcionários de gabinete. Diz que procura apresentar
projetos que considera relevantes e ficou feliz por ter uma de suas
emendas constitucionais, a que garante aposentadoria por invalidez,
virar lei. Em relação às comissões, diz ter sido indicada para muitas,
mas, como muitas são esvaziadas, preferiu dedicar seu tempo a outras
atividades. VERBAS PAGAM PASSAGENS E ASSESSORES Somados, os 61 deputados do Rio que passaram pela Câmara desde 2011
gastaram R$ 46,6 milhões da cota para o exercício da atividade
parlamentar. Conhecida como cotão, a verba é para as despesas de custeio
do mandato, como aluguel de escritórios no estado, passagens aéreas,
consultorias e combustível. Como o valor das passagens varia conforme a
distância, a cota muda de estado para estado. No caso do Rio, os
deputados podem ser ressarcidos em até R$ 32.550,32 por mês. Caso não utilize todo o valor, o saldo fica acumulado ao longo do
exercício financeiro. Entre os 33 parlamentares que exerceram o mandato
por completo, Edson Santos (PT) é o que mais usou a cota. Nos últimos
quatro anos, ele foi reembolsado pela Câmara em R$ 1.213.587,74.
Francisco Floriano (PR) é segundo na lista. Ao todo, ele foi reembolsado
em R$ 1.200.910,19. Até o fechamento da reportagem, Floriano não
retornou às ligações do GLOBO.
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O deputado Dr. Adilson Soares (PR) aparece em terceiro lugar, com R$
1,17 milhão em ressarcimento. No quarto lugar está Áureo (SD), com R$
1,15 milhão. Por meio de sua assessoria, o deputado informou que usou a
maior parte da verba “de forma lícita e aprovada pelos órgãos
competentes da Câmara dos Deputados, divulgando essas ações e
contratando assessoria para fornecer orientações, estudos técnicos e
divulgação.” Quinto entre os que mais utilizaram a cota, Washington Reis
(PMDB) diz considerar os gastos normais e dentro da média: — Utilizei para manter meu escritório no Centro do Rio, para alugueis
de carros e combustíveis. Sempre que possível pago tiro os recursos do
meu próprio bolso, mas às vezes não dá, quem trabalha tem despesa —
afirmou Reis. Além da cota, os deputados recebem uma remuneração mensal de R$
26.732,13 (subsídio), que leva em conta a presença nas sessões
deliberativas. Cada deputado tem direito a uma verba mensal de gabinete
de R$ 78 mil para o pagamento de funcionários do gabinete. Cada
parlamentar pode contratar entre 5 e 25 funcionários.
Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF)
- Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia.
Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.
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