Símbolo da atuação e da defesa da mulher na política, morreu ontem às 8h30 em uma clínica no Humaitá, Zona Sul do Rio, a ex-deputada estadual Heloneida Studart (PT), aos 75 anos, após uma parada cardíaca. Heloneida, que havia operado o coração seis dias antes, havia sido eleita presidente da zonal de Laranjeiras de seu partido, anteontem.
O velório começou às 15h, no saguão Getúlio Vargas do Palácio Tiradentes, na Assembléia Legislativa(Alerj). O corpo será velado até as 13h de hoje, e cremado às 14h no Cemitéio do Caju, na Zona Portuária do Rio.
O saguão esteve lotado de admiradores e políticos de diversas legendas. Sobre o caixão, foram estendidas uma bandeira do partido e outra, lilás, do grupo Mulheres do PT, com a frase "Agora, eu sou uma estrela".
A deputada estadual Graça Matos (PMDB) elogiou a colega com adjetivos como "guerreira" e "lutadora".
"Ela teve uma vida intensa e rica. É uma história linda para ser contada", disse.
O deputado federal José Genoíno (PT-SP) chegou muito emocionado, e saiu logo após se despedir de Heloneida.
Um dos filhos da ex-deputada, João Studart, preferiu falar do lado que ia além da política em sua mãe.
"Ela sabia conviver com todos e respeitar as diferenças. Era uma pessoa muito bonita e muito forte", mencionou.
Os outros cinco filhos de Heloneida, Vicente, Cristóvão (seu chefe de gabinete), Juarez, Marcos e Francisco também estiveram no velório.
O deputado estadual Comte Bittencourt (PPS) exaltou a capacidade de dialogar da colega.
"Ela conseguia, ao mesmo tempo, expressar a firmeza de suas convicções e a nobreza de sua fraternidade", disse o parlamentar.
Estiveram presentes ainda, até o fim da tarde, a ex-governadora Benedita da Silva, o deputado estadual Tucalo (PSC), os deputados federais Edson Santos (PT), Jorge Bittar (PT) e Solange Amaral (DEM), o ex-senador Saturnino Braga (PT), os secretários niteroienses Waldeck Carneiro ( Educação) e Jandira Feghali (Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia) e o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, entre outros.
O prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, fez questão de se despedir da colega, e chegou no início da noite. O governador Sérgio Cabral Filho emitiu nota lamentando a morte da ex-deputada e decretou luto oficial de três dias. Cabral irá ao velório hoje pela manhã.
Feminista de primeira hora
Heloneida Studart era cearense de Fortaleza, onde nasceu no dia 9 de abril de 1932. Parlamentar por seis mandatos consecutivos, foi vice-presidente da Assembléia Legislativa (Alerj) e era ensaísta, jornalista, escritora e autora de peças teatrais. Ela não se elegeu no último pleito e, este ano, havia sido nomeada diretora do Centro Cultural e do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho, da Alerj. O cuidado com a cultura foi lembrado pelo deputado federal Chico Alencar (PT).
"Ela nunca separou a cultura da política", recordou.
Heloneida era descendente do historiador Barão de Studart, pelo lado materno, e do líder abolicionista Antonio Bezerra de Menezes, pelo lado paterno.
É considerada uma das fundadoras do feminismo no Brasil, e em 2005 foi indicada para o Prêmio Nobel da Paz.
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