quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Ibama do Rio devolve 300 animais à natureza

Ibama
Jabutis: de volta a seu habitat de origem
Operação de soltura será realizada pelas superintendências do Ibama no Rio, no Espírito Santo e na Bahia.





Por Nelson Feitosa, da Ascom/Ibama
Duzentos e oitenta e seis animais silvestres apreendidos em cativeiros ilegais no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram reabilitados e serão devolvidos à região de ocorrência, em Porto Seguro, no sul da Bahia.
A operação de soltura dos 274 jabutis, 11 pássaros e uma iguana será realizada pelas superintendências do Ibama no Rio, no Espírito Santo e na Bahia, com apoio da Marinha. Antes disso, passarão por um período de recuperação no Centro de Triagem (Cetas) de Porto Seguro, que inclui exames clínicos e marcação individual para futura identificação.
COMPRADORES
Os animais foram reabilitados no Cetas do Rio e chegaram ao Nordeste nesta quarta-feira (11/11). Todos serão soltos em uma área protegida na localidade de Tremendal. “Muitos animais retirados das matas do Norte e Nordeste são levados ilegalmente para o Sudeste. O tráfico só ocorre porque existem compradores. É importante conscientizar as pessoas para que não comprem animais de origem ilegal”, diz a analista ambiental Taciana Sherlock, do Núcleo de Biodiversidade do Ibama no Rio.
Segundo ela, as espécies de maior ocorrência são pássaros, quelônios e primatas. “A maioria dos animais que chegam ao Cetas do Rio é de outras regiões do País. Esse processo de retorno à região de ocorrência é muito trabalhoso”, acrescentou.
O Centro de Triagem de Animais Silvestres recebe espécies apreendidas em operações contra o tráfico, resgatadas ou entregues de forma voluntária. O processo de reabilitação não é o mesmo para todos. “Alguns animais que estão acostumados com a presença humana demoram mais tempo para serem reabilitados”, diz Taciana. “Trabalhamos com alguns papagaios que levam até seis meses para voltar à natureza.”

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Conhecer para conservar: o lado ambientalista de um mecenas carioca

Por Pedro da Cunha e Menezes
Raymundo Ottoni de Castro Maya, ou simplesmente Castro Maya. Foto: Acervo Museu Castro Maya
Raymundo Ottoni de Castro Maya, ou simplesmente Castro Maya. Foto: Acervo Museu Castro Maya
Corre o ano de 2015. A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro comemora 450 anos de sua fundação. A data é auspiciosa para recordar o nome de um de seus mais prodigiosos filhos: Raymundo de Otonni Castro Maya, que entre outras funções, em 1965, coordenou as comemorações do Quarto centenário da Cidade Maravilhosa. Não é esse lado de Castro Maya, contudo, que queremos aqui ressaltar, mas sim sua veia conservacionista. O que hoje conhecemos por movimento ambientalista é, na verdade, a soma de várias escolas de preservação que nasceram de diferentes necessidades e anseios de conservar a natureza ao longo da História. As iniciativas mais antigas de conservação de que se tem notícia no mundo ocidental em geral visavam a assegurar recursos hídricos para as cidades romanas. Exemplo paradigmático é a Floresta de Belgrado, criada em meados do primeiro milênio em Constantinopla para proteger os mananciais da então capital do Império Romano do Leste, maior potência da época. Mais tarde, à medida que a agricultura e a retirada de madeira para aquecimento, cozinha e construção civil foram desnudando a Europa, algumas reservas ganharam cercas para proporcionar a sobrevivência de animais de caça, esporte predileto da nobreza. Paradoxalmente, o gosto pelo abate de animais selvagens foi o que permitiu a sobrevivência de várias espécies de mamíferos na Europa. Também, em muitos países, foram decretadas regras e interdições para assegurar a preservação de árvores cujos caules fossem usados na construção naval. No Brasil, com esse objetivo, o Governo colonial protegeu diversas espécies que, em seu conjunto, acabaram por ficar conhecidas como “madeira de lei”.
"Somente no século XIX ganha força a ideia de se proteger áreas naturais para a recreação e contemplação. Seu principal defensor foi John Muir, um escocês educado nos Estados Unidos."
Outros usos como o religioso e a coleta de ervas medicinais também ajudaram a proteger nacos de terra. Em Portugal encontramos a Floresta Nacional do Buçaco, que foi replantada a partir de 1628 por monges carmelitas. O reflorestamento deu certo e a mata começou a atrair peregrinos que iam pedir as bênçãos de Deus. Para proteger o sítio sagrado, em 1643 o papa Urbano VIII decretou a excomunhão sumária de qualquer cristão flagrado impactando a reserva do Buçaco. Já em Malta, um ilhote foi declarado área protegida em 1746, para impedir a coleta descontrolada de um fungo que só crescia ali e que tinha propriedades medicinais. Somente no século XIX ganha força a ideia de se proteger áreas naturais para a recreação e contemplação. Seu principal defensor foi John Muir, um escocês educado nos Estados Unidos. É essa corrente de pensamento a principal força por trás da criação dos parques nacionais, tipo de área protegida destinado à conservação do meio ambiente com o objetivo primordial de proporcionar o desfrute da natureza, por meio de visitas e passeios. Raymundo Ottoni de Castro Maya é um conservacionista ligado a essa última escola de pensamento. Sua aproximação com as causas conservacionistas não vem da ciência, de atividades comerciais, nem da religião. Castro Maya desenvolveu seu amor pela natureza desde a infância, que passou na residência da família no Alto da Boa Vista, arrabalde montanhoso do Rio de Janeiro. O jardim de sua casa confundia-se com as matas da Floresta da Tijuca. Nem cerca havia a separar uma da outra. Nas suas brincadeiras de criança e aventuras da puberdade, Castro Maya não conhecia limites. Bastava andar um pouquinho e pronto: a trilha já extrapolava a propriedade e adentrava o parque.
"(...) quando o rei da Bélgica, Alberto, visitou o Rio de Janeiro em 1920, foi logo levado à Floresta da Tijuca. O mesmo sucedeu com Albert Einstein, em 1925, e com Rudyard Kippling, em 1927."
Sua juventude coincidiu com o nascimento do montanhismo no Brasil e com a revalorização das atividades esportivas entre as elites nacionais. Tinha 25 anos de idade em 1919, quando foi fundado o Centro Excursionista Brasileiro, mais antigo clube de montanhismo do país. Em seus longos passeios a pé ou a cavalo pelas matas da Tijuca, Castro Maya entrou em contato com a fina flor da juventude Fluminense, que exercia os prazeres do excursionismo, a mais nova moda da capital da República, rivalizando em popularidade com o remo e o futebol. Nesse contato foi se formando o conservacionista. Era uma época em que a Floresta estava associada às elites que moravam na então Capital Federal. A Tijuca era a jóia da Cidade Maravilhosa, exibida com orgulho para todos os visitantes ilustres, fossem políticos, cientistas ou literatos: quando o rei da Bélgica, Alberto, visitou o Rio de Janeiro em 1920, foi logo levado à Floresta da Tijuca. O mesmo sucedeu com Albert Einstein, em 1925, e com Rudyard Kippling, em 1927, para citar apenas alguns. Filho de uma família de intelectuais, Castro Maya se beneficiou da vasta biblioteca que seu pai mantinha em casa e que depois foi muito avolumada pelo próprio Raymundo. Leu avidamente os viajantes como John Luccock, Spix e von Martius, Rugendas, Wilhelm Theremin, o príncipe Maximiliano Wied-Neuwied, Jacques Arago e Maria Graham entre outros. Eram relatos de europeus impressionados com a exuberância da floresta tropical do Rio de Janeiro. Teciam elogios à sua incomparável beleza, seu fascinante verdor, sua inesgotável variedade de espécies. Alguns, como Luccock, já alertavam para o precoce desmatamento das matas da então capital do Império brasileiro.
Parque Nacional da Tijuca . Foto: Peterson de Almeida
Pedra da Gávea. Parque Nacional da Tijuca. Foto: Peterson de Almeida
Sua personalidade multifacetada, entretanto, não ficava por aí. Castro Maya era um atleta habilidoso. Competiu pelo Fluminense, time para o qual torcia fervorosamente, cujas cores defendeu no atletismo e onde socializou com os Guinle, os Cox, os Coelho Netto entre outros intelectuais e capitães de indústria daquele tempo. Aprendeu muito nas longas conversas e no convívio social. Por outro lado, sua paixão pelas artes o pôs em contato com gente do calibre de Cândido Portinari, José Olympio, Burle Marx, José Mindlin e Jean Manzon. Foi amigo de Roberto Marinho, com quem compartilhou os prazeres da caça submarina e da pesca desportiva, passando a ser assíduo frequentador de Arraial do Cabo. Seja por que pertencia à elite da época, em cujas conversas e eventos sociais a questão da preservação da natureza começava a ser debatida com alguma profundidade, seja porque tinha o amor pela natureza próprio daqueles que a frequentam, Castro Maya foi aos poucos despertando sua veia conservacionista.
"Atualizado com o que havia de mais moderno na área ambiental em sua época, Castro Maya sonhava em transformar a Tijuca em um parque nacional nos moldes do que vira in loco no exterior"
Em 1934, realizou-se no Rio de Janeiro a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, trazendo o tema para o centro da pauta nacional. Um dos maiores resultados palpáveis dessa Conferência foi a criação dos três primeiros parques nacionais do Brasil: Itatiaia, em 1937, e Serra dos Órgãos e Iguaçu, em 1939. Participou das discussões em torno da Conferência gente que frequentava os mesmos círculos que Castro Maya, como o jornalista Armando Magalhães Corrêa (que desbravou a Pedra Branca) e a bióloga Bertha Lutz (que era habituée da Serra da Bocaina). Assim como eles, Raymundo aliava erudição interdisciplinar ao prazer de frequentar as belezas naturais do Rio de Janeiro. Foi logo atraído para o debate da conservação no Brasil. Para entender melhor o que se discutia e qual era o objetivo final do manejo de unidades de conservação, passou a incluir em suas viagens ao estrangeiro extensas excursões a parques nacionais. Dedicou então alguns anos a visitas aos parques da Argentina, dos Estados Unidos e Canadá. Gostou do que viu e, em 1936, comprou a Fazenda Cachoeira Dourada em Goiás, onde fez alguns experimentos em administração de uma propriedade com a natureza em seu estado mais conservado. Em 1938, teve a primeira oportunidade de colocar em prática o que aprendera. A convite do governo, participou da equipe que redigiu o Código de Pesca Brasileiro. A peça legal foi pioneira em exigir que novas barragens deveriam ter “obras que permitam a conservação da fauna fluvial, facilitando a passagem dos peixes” além de outros artigos de cunho conservacionista. Em 1943, quando foi convidado para dirigir a Floresta da Tijuca, já tinha sólidos conhecimentos da gestão e do manejo de unidades de conservação, que foram postos em prática em combinação com os contatos que tinha na alta sociedade, sobretudo nas áreas política e artística, e com os recursos financeiros de seu próprio patrimônio, que ele aportou ao Parque. Portanto, não é de surpreender que o período que passou à frente de sua administração, embora tenha durado apenas cerca de três anos, tenha entrado para a história da Floresta da Tijuca. Atualizado com o que havia de mais moderno na área ambiental em sua época, Castro Maya sonhava em transformar a Tijuca em um parque nacional nos moldes do que vira in loco no exterior, ou como ele mesmo escreveu: “uma amostra de um parque nacional [...]. Naturalmente era uma miniatura do que se poderia fazer em todo o país, aproveitando as belezas naturais e defendendo-as da “civilização que entra com o machado devastador, derrubando as matas e aproveitando o húmus da terra para pouco depois abandoná-la”[1].
"Castro Maya compartilhava a visão de John Muir de que os parques nacionais têm o objetivo primordial de manter a ligação atávica do homem com a natureza."
Para transformar a Tijuca nessa “miniatura de parque nacional”[2], Castro Maya relegou suas empresas a um segundo plano, dedicando a maior parte de seu tempo à Floresta. Emulou alguns amigos com quem convivera. De João Coelho Netto, o Preguinho, copiou a recusa de receber salário, aceitando dirigir a Floresta em troca de um cruzeiro por ano[3]. De Rockefeller, cuja amizade prezava muito, copiou o mecenato de que a história tradicional registrou principalmente a parte artística. Poucos sabem que a família Rockefeller, muitas vezes anonimamente, adquiriu e doou extensas áreas para os parques nacionais de Grand Teton, Acadia, Great Smoky Mountains, Yosemite e Shenandoa. Sem a riqueza inesgotável dos Rockefeller, mas com generosidade comparável, Castro Maya não dividiu seus esforços e dedicou-se a fazer da Tijuca um verdadeiro parque nacional. E o fez com maestria. A Tijuca que Castro Maya nos legou é um parque nacional no sentido estrito do termo e da definição. Não é apenas uma reserva hermeticamente fechada ao público, destinada somente à pesquisa e à preservação. Castro Maya compartilhava a visão de John Muir de que os parques nacionais têm o objetivo primordial de manter a ligação atávica do homem com a natureza. Acreditava que só essa ligação poderia gerar um grupo de conservacionistas dedicados. Sua gestão valorizou o meio ambiente na mesma medida em que investiu na infra-estrutura de ecoturismo, conforme relata em detalhes na presente obra. Suas ideias são hoje comuns no mundo inteiro. Existe até um mantra criado para representá-las: “conhecer para conservar”. Infelizmente, contudo, mesmo no Brasil de hoje Castro Maya provavelmente ainda não seria visto com bons olhos pelos dirigentes das instituições que zelam por nossos parques onde, com poucas excessões, quase não existe infra-estrutura turística e a visitação não é prioridade.
Trilha Transcarioca. Foto: peterson de Almeida
Trilha Transcarioca. Foto: peterson de Almeida
"Seu sonho de transformar a Floresta da Tijuca em parque nacional não se realizou durante sua gestão. A exoneração de Castro Maya, entretanto, não foi capaz de ofuscar seu trabalho nem seus ideais"
Que esperar então de seus antecessores há 50 anos? Castro Maya transformou a Tijuca no parque mais bem estruturado do Brasil, o que ainda é em nossos dias. Paradoxalmente, foi essa visão moderna e bem implementada que impediu que um parque nacional de fato como era a Floresta não ganhasse o título a que fazia jus. Como mesmo relatou Castro Maya, “em vez de encontrar receptividade entre os representantes do Serviço Florestal, foi justamente ali que esbarrei em sistemática oposição”. Seu sonho de transformar a Floresta da Tijuca em Parque Nacional não se realizou durante sua gestão. A exoneração de Castro Maya, entretanto, não foi capaz de ofuscar seu trabalho nem seus ideais. Nos anos que se seguiram, intensificou-se a pressão para que a Floresta fosse elevada à categoria de parque, o que finalmente ocorreu no centenário do reflorestamento, em 1961. Inicialmente, chamou-se Parque Nacional do Rio de Janeiro, já que, além da Tijuca, abarcava as Pedras da Gávea e Bonita, a Serra da Carioca e as chamadas florestas do Andaraí e da Covanca. O legado do industrial para a conservação, entretanto, não se resume à sua gestão da Floresta da Tijuca, nem às suas ideias arrojadas. Em 1963, Castro Maya doou ao usufruto público sua propriedade do Açude com a mata adjacente de 151.132m². Embora essa reserva seja hoje administrada pelo Instituto Brasileiro de Museus, ela é contígua ao Parque Nacional da Tijuca ao qual se une por meio da Trilha Transcarioca. Com efeito, não há divisória física entre a antiga residência de Castro Maya e a Floresta da Tijuca. São de fato uma só floresta pública, cuja história é comum e cujos destinos são indissociáveis. Que esse legado sirva de tributo a um dos maiores – e menos reconhecidos – conservacionistas da história do Brasil e que continue recebendo visitantes de braços abertos para ajudar a formar uma consciência ecológica conducente a que um dia finalmente, como reclamava Castro Maya, “os parques nacionais brasileiros deixem de serem áreas reservadas sem atrativos turísticos, e neles se observem medidas de defesa da fauna e da flora, cuja preservação é o motivo de sua existência”[4].
Notas: [1] Castro Maya, Raymundo Ottoni de. 1967. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Bloch. [2] Idem. [3] Quando o profissionalismo foi introduzido no futebol carioca, Preguinho recusou-se a receber salário, passando a defender o Fluminense Football Club por um valor simbólico. [4] Idem.
Castro Maya John Muir

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Poluição em lagoa do Rio causa morte de milhares de peixes

<p>Mortandade está associada com a chegada de esgoto dos rios.</p>© Fornecido por Notícias ao…

Cerca de uma tonelada de peixes mortos foram recolhidos da Lagoa de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, em função dos fortes ventos da semana passada, que remexeram o fundo da lagoa e provocaram a mortandade de peixes, que começou na última sexta-feira (28).
De acordo com a Secretaria de Estado de Ambiente, uma equipe de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) esteve na lagoa na manhã do último sábado (29) e constatou baixa oxigenação na água coletada no local. 
“A provável razão dessa redução de oxigênio na água é o revolvimento da matéria orgânica, depositada no fundo das lagoas, que ocorre no caso da entrada de uma frente fria com fortes rajadas de vento, como houve na semana passada”, explicou, em nota, a secretaria.
O biólogo Mario Moscatelli,  que estuda há anos as lagoas da região de Jacarepaguá, constatou que a maioria dos  peixes mortos é  da espécie tilápia e estava concentrada às margens do Parque Olímpico. Segundo ele, a causa da mortandade está intimamente associada com a chegada de esgoto dos rios que desembocam na lagoa, principalmente os rios Arroio Pavuna e Pavuninha.
Moscatelli afirmou que a água no local fedia muito por causa dos dejetos jogados na lagoa. “Hoje quando você passa pela Lagoa de Jacarepaguá, você não consegue respirar devido ao mau cheiro. A vida marinha naquele local foi embora. Tudo que estava dentro d'água e precisava de oxigênio foi embora.”
A secretaria informou que o projeto de recuperação ambiental do complexo lagunar da cidade do Rio prevê a dragagem de sedimentos poluídos do fundo das lagoas, desde a embocadura do Canal da Joatinga, na orla da Barra, até as lagoas de Marapendi, Tijuca, Camorim e Jacarepaguá, além do Canal de Marapendi, na zona oeste da cidade.
No início de junho, o órgão montou um canteiro de obras para dar início à limpeza pesada (retirada de lixo como pneus, sofás e madeira), necessária para o trabalho de desassoreamento do complexo lagunar. Além disso, os serviços de limpeza de manguezais, batimetria (medição da profundidade) e sondagem (medição da capacidade de resistência do solo) das lagoas já foram finalizados.
A Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) disse que até 2007, a região da Barra da Tijuca não tinha tratamento de esgoto, mas que, desde então, recebeu cerca de R$ 1,9 bilhão de investimentos da companhia. Segundo a empresa, com a implantação do emissário submarino, construção e entrada em operação da Estação de Tratamento de Esgoto da Barra e a instalação de mais de 20 elevatórias de grande porte, houve um incremento do índice de coleta e tratamento de esgoto da região da Barra de zero para 85%; no Recreio dos Bandeirantes de zero para 70%, e em Jacarepaguá de zero para 60%.
Em nota, a prefeitura do Rio afirmou que a construção das unidades 



de Tratamento de Rios na Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá só 




será executada caso haja um avanço no planejamento e implementação do saneamento de esgoto da região.
“A prefeitura entende que, enquanto o tratamento de esgoto não avançar, a construção das estações de tratamento não é uma alternativa eficaz.” A administração municipal informou ainda que a Secretaria Municipal de Obras está fazendo intervenções de macrodrenagem nos rios da Bacia de Jacarepaguá. Com informações da Agência Brasil

sábado, 8 de agosto de 2015

Com medalhista, Baía de Guanabara tem “barqueata” por despoluição

São Paulo, SP
 
08/08/2015 15:49:41 — 08/08/2015 16:05:47

Em: Mais Esportes, Olimpíadas de 2016
Isabel Swan, medalhista olímpica, participou do protesto na Guanabara. (Foto: Tasso Marcelo/AFP)
Isabel Swan, medalhista olímpica, participou do protesto na Guanabara. (Foto: Tasso Marcelo/AFP)
A Baía de Guanabara, sede da vela nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, recebeu uma “barqueata” neste sábado. Com a presença de Isabel Swan, medalhista em Pequim 2008, o movimento protestou contra a poluição e cobrou ações do governo local.
Dezenas de embarcações com ativistas, pescadores, remadores, velejadores e representantes do movimento Baía Viva foram da Marina da Glória, zona sul, palco das competições de vela durante as Olimpíadas, até a Urca, bairro que abriga o morro do Pão de Açúcar.
“Precisamos de uma limpeza maior de toda a Baía a longo prazo e que isso entre no calendário da cidade e seja orquestrado por pessoas que já fizeram esse tipo de projeto”, afirmou Isabel, bronze ao lado de Fernanda Oliveira na classe 470 nos Jogos de Pequim 2008, à Agência Brasil.
Um dos compromissos assumidos pelo Rio de Janeiro com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para receber os Jogos foi despoluir 80% da Baía de Guanabara. A menos de um ano do início das Olimpíadas, marcado para dia 5 de agosto, o governo local já admitiu que não será capaz de cumprir a meta.
“O protesto por uma baía viva também é um protesto pedagógico, pois as pessoas que querem pescar, tomar banho e frequentar os parques no entorno da Baía de Guanabara precisam se mobilizar. As políticas públicas têm sido ineficientes”, disse o ecologista Sérgio Ricardo, um dos organizadores do encontro e fundador do Baía Viva.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Enfermeira Rejane
enfermeirarejane@alerj.rj.gov.br
Video


 
 Nome completo: Rejane de Almeida
Data de nascimento: 24/08/1963
Origem: Rio de Janeiro
Mandato: 1º
Domicílio eleitoral: Rio de Janeiro
Votação nas últimas eleições: 21.033
Formação: Enfermagem
Área de atuação: Enfermagem, Saúde
Participação em comissões:
E-mail: enfermeirarejane@alerj.rj.gov.br
Site: www.enfermeirarejane.com.br
Twitter: @Enf_rejane
Endereço para contato: Rua Dom Manuel, s/n° - Centro
CEP: 20010-090
Gabinete Número: 409
Telefone: 2588 1310
Informações complementares:
Desde jovem, Rejane de Almeida é engajada nas lutas da categoria. De 1982 a 1986, período em que estudou na Escola de Enfermagem Ana Néri, na UFRJ, participou da organização do curso, onde atuou em defesa da universidade pública,  gratuita e de qualidade. Integrou o sindicato da classe desde o início da vida profissional  e passou a dedicar-se, juntamente com seu trabalho como enfermeira, às atividades de luta pelo SUS e pela dignidade dos profissionais de saúde. Em 2008, foi nomeada presidente do Coren, Conselho Regional de Enfermagem, numa intervenção federal para moralizar a autarquia. Foi eleita, em fevereiro de 2011, para o mandato de Deputada Estadual.
 
 
   
 
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domingo, 28 de junho de 2015

Especialista diz que é possível despoluir Lagoa Rodrigo de Freitas até Olimpíadas

27/6/2015 16:12
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro


A Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, que será um dos palcos das Olimpíadas de 2016 nas provas de remo, pode ser completamente despoluída até o início das competições, em agosto do próximo ano, evitando cenários que se repetem periodicamente, de grande mortalidade de peixes, garante o professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Cesar Rosman.
Lagoa Rodrigo de Freitas com bancos de areia devido à seca no Rio de Janeiro
“Nunca estamos livres de catástrofes ambientais”, disse o o professor da UFRJ, Paulo Cesar Rosman
Integrante do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente e de Engenharia Costeira e Oceanográfica da UFRJ, ele propõe a construção de grandes dutos subterrâneos, ligando a lagoa ao mar, o que aumenta a troca de água e favorece a oxigenação.
– A solução foi dada há 22 anos, em um estudo que eu coordenei. A ideia de se fazer os dutos afogados é perfeitamente viável e atinge os objetivos. Se não houver uma ligação permanente, com boa troca de água, não tem solução. Hoje temos uma lagoa que é um doente crônico. Em menos de um ano, de hoje para as Olimpíadas, dá para fazer, e resolve o problema definitivamente – assegurou.
O sistema seria composto de quatro tubulões subterrâneos, com 2,6 metros de diâmetro, se estendendo até 200 metros mar adentro, com valor estimado em US$ 30 milhões, sem utilização de bombas, usando apenas a maré para puxar e empurrar a água. Rosman não afastou a possibilidade de ocorrer nova mortandade de peixes durante as Olimpíadas, quando o Rio e o Brasil estarão sob os holofotes mundiais.
– Mortandades de peixes ocorrem mais comumente na época do verão, quando a água fica mais quente e o metabolismo de microalgas é mais acelerado, ocorrendo os choques de anoxia [falta de oxigênio]. Mas se você olhar os registros de mortandade na lagoa, houve vários casos no inverno. Nunca estamos livres de catástrofes ambientais – explicou.
Rosman disse que, por causa de décadas de poluição, existe uma camada de 1 metro de extensão, no fundo da lagoa, onde praticamente não há vida, pois é considerada anóxica. Quando venta muito, chove forte ou a temperatura sobe, essa camada se agita e libera substâncias tóxicas, que provocam a mortandade em massa de peixes. O último episódio ocorreu em abril passado, quando mais de 50 toneladas de peixes mortos foram recolhidas. A versão completa do projeto coordenado pelo professor Rosman pode ser acessada na internet.


sábado, 13 de junho de 2015



Jardim Botânico do Rio festeja 207 anos 

Divulgação/JBR

Dois séculos de história
Órgão federal vinculado ao MMA é um importante centro de pesquisa mundial em botânica e conservação da biodiversidade. Para celebrar data de aniversário, neste sábado (13/06), instituição faz intensa programação


Por Letícia Verdi* - Edição: Sérgio Maggio Neste sábado (13/06), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro completa 207 anos de existência. Hoje, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – nome que recebeu em 1995, é um órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e constitui-se como um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade. O Jardim foi criado no ano de 1808 pelo príncipe regente português Dom João para instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. O primeiro desafio foi aclimatar especiarias do Oriente: chá preto, baunilha, canela, pimenta e outras. O Jardim Botânico conferia à Corte ares de ‘civilidade’ e ajudava a propagar a beleza e a exuberância da natureza brasileira, junto aos estrangeiros que aportavam na cidade. A data será comemorada com intensa programação cultural, científica e histórica, como a inauguração de canteiros de Cactário e a exposição de obras restauradas do Mestre Valentim. Para quem estiver no Rio, o final de semana será intenso, com direito a bolo de aniversário e parabéns. DESTAQUES DA FESTA: √ Atração: Cactário Atividade: Inauguração de novos canteiros do Cactário. A área, que contava com 2 mil m2, dobrou de tamanho. Os visitantes conhecerão cactos e suculentas das mais variadas formas, dimensões e cores, de diferentes regiões e países, algumas ameaçadas de extinção. Quando: Dia 13/06, às 10h. √ Atração: Ateliê de Restauração Mestre Valentim Atividade: Os visitantes podem conhecer de perto o processo de restauração de quatro esculturas do artista colonial Mestre Valentim – Eco, Narciso e duas Aves Pernaltas – datadas de 1785. As obras integram o acervo da instituição desde o início do século XX.  A restauração dessas obras, de grande valor cultural, está alinhada a um projeto de valorização do patrimônio do Jardim Botânico e às comemorações dos 450 anos do Rio de Janeiro. Quando: Dia 13/06, às 11h. √ Atração: Trilha histórica com personagens de época O quê: Atores caracterizados como D. João, fundador do Jardim Botânico, e sua mulher, Carlota Joaquina, serão guias de um passeio pelos pontos históricos mais importantes do Jardim, entre eles as ruínas da antiga Fábrica de Pólvora e o Sítio Arqueológico Casa dos Pilões. Quando: Dias 13 e 14/06, às 9h, às 15h e às 16h. √ Atração: Parabéns para o Jardim Atividade: Os personagens de D. João e Carlota Joaquina também vão puxar o coro de parabéns pelos 207 anos do Jardim Botânico, com direito a bolo, no Parque Infantil. Quando: Dia 13/06, às 12h30. √ Atração: Lançamento do DVD Montanhas da Amazônia Atividade: Lançamento do DVD sobre a aventura e o desafio das expedições de uma equipe de pesquisadores do Jardim Botânico a alguns dos locais mais remotos do Brasil: as montanhas amazônicas, registradas em um documentário com fotografia e direção de Ricardo Azoury. No evento, haverá a distribuição de 100 DVDs ao público, que poderá conversar com os pesquisadores após a exibição do filme. Quando: Dia 13/06, às 17h, no Museu do Meio Ambiente. √ Atração: Visita guiada ao Solar da Imperatriz Atividade: O público poderá visitar a construção colonial e seus jardins internos projetados por Burle Marx. A arquiteta Dalila Tiago contará curiosidades sobre a história do Solar e mostrará alguns aspectos da reforma do prédio onde hoje funciona a Escola Nacional de Botânica Tropical. Quando: Dia 13/06, das 14h às 16h. √ Atração: Conheça a flora do Jardim em visitas guiadas por pesquisadores Atividade: Uma oportunidade para conhecer a trilha de duas famílias de plantas nativas dos trópicos, as mais cultivadas no Brasil pela atratividade de suas flores - Araceae e Heliconiaceae. Quando: Dia 13/06, às 14h. *Com informações da Ascom do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) (61) 2028.1227.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Rosalda Paim, fundadora do PDT-RJ, morre no Rio de Janeiro

A enfermeira Rosalda Paim, fundadora do PDT do Rio de Janeiro, faleceu hoje (02/6) aos 86 anos, após longa enfermidade. Rosalda se elegeu deputada estadual com Leonel Brizola nas eleições de 1982, período em que aprovou cerca de 20 projetos de lei, dentre eles o que proibiu a coleta remunerada de sangue no Rio de Janeiro.
Outras leis suas foram a que criou o sistema estadual de creches; o que criou o serviço de saúde do adolescente e a obrigatoriedade de instalar conselhos comunitários nas unidades estaduais de saúde.
Nascida em Vila Velha, no Espírito Santo, Rosalda graduou-se em enfermagem em 1950 pela antiga Escola de Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro, fez mestrado na UFF e doutorado em enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).
Rosalda se especializou nas áreas de pediatria, administração hospitalar e saúde pública, tornando-se também professora titular do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da UFF, onde foi chefe de departamento.
Casada com Edson Paim, médico e dentista, Rosalda e Edson participaram ativamente da fundação do PDT, em Niterói, e integraram ao diretório regional do PDT-RJ. Rosalda foi a primeira parlamentar enfermeira do Brasil no período de 1983 a 1987, quando exerceu o mandato de deputada estadual pelo PDT fluminense.
A Universidade Federal Fluminense a homenageou, em vida, com o título de Professora Emérita, por sua dedicação à Enfermagem. Outra homenagem foi feita pela Escola de Enfermagem da UFF, que batizou com o seu nome o auditório principal da instituição.
Já a prefeitura de Niterói, em outra homenagem, batizou de Rosalda Paim a creche municipal que funciona no Centro de Niterói, em frente a escola de enfermagem. Rosalda deixa Edson Paim, seu marido por mais de 60 anos, filhos e netos.


 
https://www.google.com.br/search?q=rodalda+paim&ie=utf-8&oe=utf-8&gws_rd=cr&ei=zUduVY-sKOiwsATF_IOgCw

Pronunciamento do Deputado Waldeck Carneiro  na ALERJ:

O SR. WALDECK CARNEIRO -Faço também aqui o registro agora pesaroso e já saudoso. Hoje de manhã faleceu Rosalda Paim, ex-Deputada nesta Casa, uma grande educadora, um dos grandes nomes da Universidade Federal Fluminense, emérita da escola de Enfermagem da UFF, um dos grandes nomes da Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil.
Portanto, fica aqui o nosso voto de pesar, que sei que é de toda a Assembleia Legislativa. Seu corpo será sepultado amanhã, às 11 horas, no Cemitério do Maruí.

sábado, 4 de abril de 2015

Criação de novos jardins botânicos tem prazo até 22 de maio de 2015

 
 



O Sistema Nacional de Registro de Jardins Botânicos (SNRJB), ligado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), está recebendo, de entidades interessadas, a documentação necessária para registro e enquadramento nessa categoria de instituição. O prazo termina em 22 de maio deste ano e tem por base os critérios definidos pela Resolução Conama nº 339/2003.

A documentação a ser apresentada precisa seguir as diretrizes do Manual de Orientação para Solicitação de Registro e Enquadramento de Jardins Botânicos.
A postagem nos Correios deve ser endereçada a Luís Felipe Leal Esteves, Diretoria de Pesquisas da Secretaria do SNRJB, rua Pacheco Leão, 915, Bairro Jardim Botânico, CEP: 22460-030, Rio de Janeiro - RJ.
Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail: snrjb@jbrj.gov.br ou pelos telefones 21 3204-2071 (Luís Felipe) e 21 3204-2087 (Maria Lúcia).




Divulgação/JBRJ



Jardim Botânico do Rio: o principal do País



Espaços vivos
Os jardins botânicos, em geral, são espaços vivos, destinados a atividades de cultura e lazer, abertos ao público. “Eles se diferenciam dos parques por abrigarem uma coleção de plantas ordenada, devidamente classificada e registrada, o que aumenta seu potencial educativo”, diz a engenheira florestal, tecnologista do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e presidente da Comissão Nacional de Jardins Botânicos, Maria Lúcia Moreira Nova da Costa.
De acordo com dados de 2012 da Rede Internacional de Jardins Botânicos (Botanic Gardens Conservation International - BGCI), estima-se que existam, hoje, cerca de três mil jardins botânicos e arboretos distribuídos em 180 países. São instituições que cultivam, coletivamente, mais de cem mil espécies de plantas, representando quase um terço de todas as plantas conhecidas no mundo.
Pesquisadores definem os jardins botânicos como instituições que guardam coleções documentadas de plantas vivas, visando a pesquisa científica, a conservação, a exposição e a educação. Segundo Maria Lúcia, a manutenção de plantas identificadas e documentadas, bem como o registro das informações associadas a elas, é uma das principais características que diferenciam um jardim botânico de um parque.
Ameaças
A presidente da Comissão Nacional de Jardins Botânicos explica que o quadro ambiental mundial é alarmante e o número de jardins botânicos brasileiros, hoje de apenas 34, é insuficiente para atender à demanda de conservação das espécies ameaçadas pela devastação dos biomas e expansão das fronteiras urbanas e agrícolas. No Brasil, eles existem em apenas 17 Estados e a maioria está localizada na região Sudeste, em área de ocorrência da Mata Atlântica pelo grande número de espécies endêmicas, sendo São Paulo o estado com o maior número desses jardins.
A Amazônia e o Cerrado registram pequeno número de jardins botânicos, sendo que nos demais biomas - Caatinga, Pantanal e Pampa - não há registros nesse sentido. Os espaços existentes buscam apoiar as iniciativas nacionais e internacionais que visem à redução da perda da diversidade vegetal, com base em um plano de ação voltado para orientar a atuação dos jardins botânicos na tarefa de produzir documentação e conservação da flora, promoção da educação ambiental e uso sustentável da diversidade vegetal.
A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), estabelece três obrigações a serem cumpridas por cada país signatário: a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição de benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. A CDB fundamenta as Normas Internacionais de Conservação em Jardins Botânicos, documento que aborda várias vertentes da missão dessas instituições, enfatizando sua atuação na conservação, pesquisa, educação e desenvolvimento sustentável.
O berço
Os primeiros jardins botânicos foram criados na Europa do século XVI, com a finalidade de cultivar e estudar plantas de uso medicinal, dando início às primeiras coleções de plantas desidratadas para fins científicos. No Brasil, a primeira iniciativa foi do príncipe Maurício de Nassau, no século XVII, nas proximidades do Palácio de Friburgo, em Recife, entre 1637 e 1644.
No século XVIII, foi implantado em Belém, em 1798, o Jardim Botânico do Grão Pará. O objetivo era aclimatar espécies exóticas e domesticar plantas nativas, com papel importante no intercâmbio de vegetais entre os jardins botânicos, instituindo-se a rede de jardins botânicos luso-brasileira, entre 1796 e 1817. A partir daí, foram criados outros jardins botânicos, como o do Rio de Janeiro, o de Olinda, o de Ouro Preto e o de São Paulo.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), instituído em 1808, se consolidou como principal sítio de recepção de espécies vegetais, vindas principalmente de Belém, Pará, e de Caiena, na Guiana Francesa. O JBRJ tornou-se o centro de aclimatação de especiarias, cujas atividades incluíam o aperfeiçoamento do transporte das mudas e sementes, a constituição de viveiros para semeá-las, o transplante dos vegetais para diferentes áreas e a observação da necessidade de incidência de sol, sombra, água, de cada um deles.
Intercâmbio
Essas pesquisas produziram descobertas relevantes, fazendo evoluir as técnicas de horticultura e a tecnologia para cultivo de plantas, que ganharam escolas importantes no cenário mundial. Atualmente, os estudos e pesquisas em andamentos nos jardins botânicos existentes servem de estímulo aos técnicos, pesquisadores e dirigentes da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), fundada em 1991 com o apoio do Botanic Gardens Conservation International (BGCI), instituição internacional que estimula a criação dos jardins botânicos contemporâneos.
Maria Lúcia da Costa explica que a equipe da RBJB pretende ampliar e estimular a cooperação e o intercâmbio entre os jardins botânicos e outras instituições que mantenham coleções científicas de plantas vivas. Pretende, ainda, estimular o estudo da botânica e a conservação da biodiversidade, além de apoiar a criação e o desenvolvimento de novos jardins botânicos Brasil afora, especialmente nos biomas Caatinga e Pantanal, e ainda nos Campos Sulinos.
A definição pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) das áreas prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros constitui um importante instrumento de orientação, não só para a criação de novos jardins botânicos como também para o fortalecimento das ações daqueles já estabelecidos.
Dificuldades
Apesar de alguns jardins botânicos contarem com um elevado número de espécies em suas coleções, nem todas elas atendem aos requisitos necessários para que se possa considerá-las como coleção de conservação. O conjunto de requisitos para a formação de uma coleção de conservação envolve, entre outros aspectos, o registro de coleta dos exemplares, com os dados da procedência e uma ampla variabilidade genética de cada espécie representada, mantendo em estoque o maior número possível de exemplares da espécie, representantes de diferentes procedências.
Os pesquisadores acreditam que a própria condição de ameaça da espécie e a carência de dados sobre sua ocorrência podem dificultar a representatividade da coleção. Os espaços físicos limitados da maioria dos jardins botânicos, localizados em áreas urbanas, é outro limitador para se manter coleções com diversidade genética. Os jardins botânicos mais antigos mantêm em suas coleções exemplares cujos dados de procedência não foram anotados ou se perderam no tempo, mas conservam valor histórico, pois seu valor científico para conservação é limitado.
Saiba mais
De acordo com a pesquisadora do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Tânia Sampaio Pereira, para ser um jardim botânico ideal, seus administradores e técnicos devem estabelecer e declarar, por escrito, a missão institucional, guia de planejamento de políticas atuais e futuras, razão de existir do jardim botânico. Seu planejamento leva em consideração a paisagem local, com situação geográfica específica, condições especiais de relevo, cursos d'água naturais e artificiais, tamanho e localização, se urbano ou rural.
Deve prever os cursos d’água subterrâneos, canais vicinais e tubulações de águas pluviais antes da pavimentação, edificações e canteiros, entre outros aspectos. Pode conter em sua área física, dependendo de seu tamanho, coleções de plantas em estufa ou dispostas em canteiros ao ar livre na forma de um arboreto, viveiro para produção de mudas, além de espécies lenhosas, arbóreas ou arbustivas, identificadas com placa, número de registro do exemplar da coleção na Instituição, o nome científico e o nome vulgar da espécie, e sua origem ou distribuição geográfica, tendo por base as determinações contidas na Resolução Conama n° 339/2003.
Documentação a ser apresentada precisa seguir as diretrizes do Manual de Orientação

Resolução Conama nº 339/2003 
(pdf 76k)
por Luciene de Assis | Comunicação MMA
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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.